28 DE JUNHO DE 2019
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Este é, mais uma vez, um exercício de oportunismo do PSD, refugiando-se em instantâneos que não são
representativos da realidade e que pretendem induzir uma perceção que não se compadece com a verdade
global integral.
O Sr. Santinho Pacheco (PS): — Muito bem!
O Sr. António Sales (PS): — Com a aproximação da data das eleições, o frenesim demagógico do PSD
aumenta todos os dias e multiplicam-se os atos políticos com que procura manter-se na crista da onda mediática.
O que pretende, portanto, o PSD, com o debate potestativo de hoje? Por um lado, fazem críticas avulsas,
sem estratégia, sem soluções, sem propostas, sem ideias — nada de novo! —, e, por outro, de forma bizarra,
procuram mimetizar iniciativas e ideias do Partido Socialista.
Parece-me até, Srs. Deputados, que o PSD, como sempre, a olhar para o copo meio vazio, já não esconde
a colagem disfarçada que pretende fazer às boas medidas e às prioridades anunciadas pelo Partido Socialista
e pelo Sr. Primeiro-Ministro relativamente à área da saúde, a manter em futuras legislaturas.
Sr.as e Srs. Deputados, com o esforço e a consciência das melhorias efetuadas, olhamos para o futuro com
vontade de fazer muito mais: mais e melhor qualidade nos serviços públicos prestados; mais e maior motivação
dos profissionais; mais e maior satisfação dos utentes; reforço em áreas como a saúde mental; prioridade à
hospitalização domiciliária; promoção da saúde e prevenção da doença; políticas de envelhecimento; políticas
de integração dos diferentes níveis de cuidados de saúde; investimento em áreas como a telemedicina e em
novas tecnologias; carreiras atrativas para profissionais e investimento na formação; acesso oportuno aos
doentes, com tempos de resposta clinicamente responsáveis e socialmente aceitáveis para consultas, exames
e cirurgias.
Srs. Deputados, temos pela frente, entre outros, dois grandes desafios: demografia e desigualdades. É
focados nestas prioridades que teremos de obter os amplos e necessários consensos parlamentares. Se não o
fizermos, perderemos uma oportunidade e os portugueses nunca nos perdoarão.
É aqui que, finalmente, encontramos um propósito para este debate. Estão disponíveis, Srs. Deputados, para
pôr a partidarite de lado, esquecer as eleições e ajudar a melhorar o acesso dos portugueses à saúde? Digam,
sem rodeios!
Protestos da Deputada do PSD Conceição Bessa Ruão.
Estão disponíveis para reforçar o SNS? Têm aqui a vossa oportunidade! Estão disponíveis para aprovar uma
lei de bases que, todos reconhecemos, é melhor do que a que está em vigor? Assumam a vossa
responsabilidade!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado António Sales, a Mesa regista as inscrições de
quatro Srs. Deputados para pedir esclarecimentos e foi informada de que pretende responder em conjunto.
Tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Moisés Ferreira, do Bloco de Esquerda.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado António Sales: «O País
sabe bem como o PSD deixou o Serviço Nacional de Saúde em 2015.» Esta foi uma frase proferida, há pouco,
da tribuna, pelo Sr. Deputado António Sales.
É verdade, sabemos bem que o Orçamento diminuiu 1000 milhões de euros passados quatro anos, que o
número de profissionais diminuiu em 4400 passados cinco anos,…
Protestos da Deputada do PSD Ângela Guerra.
… e também sabemos o porquê de toda esta destruição causada pelo PSD. Sabemos como é que o PSD
deixou o SNS em 2015 e sabemos as motivações por trás disso.