I SÉRIE — NÚMERO 101
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O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Então, porque é que votou os Orçamentos?
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … porque é verdade que o Governo do Partido Socialista não tomou as
medidas que deveria ter tomado para reforçar, efetivamente, a capacidade de resposta ao nível do Serviço
Nacional de Saúde.
A pergunta que queria deixar, desde já, ao Sr. Deputado António Sales é a seguinte: o que impede o Partido
Socialista e o Governo de tomarem as medidas para dar a resposta, agora, às necessidades dos utentes? O
que impede o Partido Socialista de promover a contratação dos profissionais de saúde em falta para que se
possa reforçar o Serviço Nacional de Saúde?
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Ora bem!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Os últimos dados da execução orçamental ou os dados que conhecemos
agora do primeiro trimestre demonstram não só que existem condições, demonstram que há mais do que
condições para investir e reforçar o Serviço Nacional de Saúde.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — E qual é a opção do Partido Socialista? Esta é a questão. Querem, de facto,
dar uma resposta eficaz ao Serviço Nacional de Saúde, inclusivamente concretizando as recomendações que
foram aprovadas nesta Assembleia da República, por proposta do PCP, no plano de emergência para o Serviço
Nacional de Saúde, no que diz respeito à contratação de profissionais, ao investimento em centros de saúde e
nos hospitais, seja para equipamentos, seja ao nível das suas infraestruturas, no que diz respeito à redução da
lista de utentes por médico de família, ao reforço dos cuidados paliativos e dos cuidados continuados, ou
preferem optar por continuar subjugados à ditadura do défice e aos critérios da União Europeia…
Protestos do Deputado do CDS-PP Hélder Amaral e contraprotestos do Deputado do PCP João Oliveira.
… no que diz respeito às questões orçamentais?
Esta é a questão de fundo que estamos aqui a colocar relativamente a este debate…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … e não há nada neste Orçamento do Estado, como nos anteriores, que
impeça o Partido Socialista e o Governo de tomarem todas estas medidas. Por que não o fazem? Se não o
fazem, só podemos considerar que é por opção política de não querer, de facto, reforçar o Serviço Nacional de
Saúde e para contribuir também para o negócio dos privados.
Já agora, Sr. Deputado, queria também focar os seguintes aspetos: neste Orçamento do Estado foram
aprovadas várias propostas que ainda não foram concretizadas e têm de o ser, tais como a inclusão das vacinas
no Plano Nacional de Vacinação, questões relacionadas com a saúde mental e questões relacionadas com as
contratações profissionais. Estão lá normas que têm de ser concretizadas.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem a palavra, para responder, o Sr. Deputado António Sales.
O Sr. António Sales (PS): — Sr. Presidente, agradeço aos Srs. Deputados Moisés Ferreira, Ângela Guerra,
Ana Rita Bessa e Paula Santos as questões que me colocaram.
Permitam-me que, para dar um aspeto conjuntural das respostas, comece por responder ao Sr. Deputado
Moisés Ferreira e Paula Santos, em conjunto.