28 DE JUNHO DE 2019
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Sr. Presidente, Srs. Deputados: Apesar da forte ofensiva que tem sido desferida pelos protagonistas da
política de direita e pelos defensores da ideologia do negócio da doença ao Serviço Nacional de Saúde, este
tem sabido resistir graças à dedicação e ao empenho dos seus trabalhadores e é a única garantia do
cumprimento do direito à saúde e da prestação de cuidados de saúde de elevada qualidade a todos os utentes,
independentemente da sua condição económica.
Esta é uma realidade que não pode ser escondida, por muito que PSD e CDS hoje tentassem, mais uma
vez, denegrir e fragilizar o SNS.
O Sr. João Dias (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — No entanto, é preciso avançar-se na concretização das medidas previstas no
Orçamento do Estado para reforçar a resposta pública. Ao invés de encerrar serviços, o que é preciso é contratar
os profissionais que fazem falta. Ao invés de transferir os doentes e, consequentemente, milhões para os
grandes grupos privados que operam na saúde, o que é preciso é investir no SNS, é utilizar a capacidade
instalada e pôr fim às PPP.
Entretanto, assumiu a presidência o Presidente, Eduardo Ferro Rodrigues.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Presidente, estou mesmo a terminar.
O que se impõe, claramente, é que os direitos dos utentes, os direitos dos profissionais e o reforço do SNS
sejam colocados como prioridade. É esta a proposta do PCP. É para isso que todos os dias trabalhamos.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto, do Grupo
Parlamentar do CDS-PP.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: No final deste debate,
podemos com certeza dizer que os anúncios, as promessas não cumpridas, a propaganda socialista não
resistem ao teste da realidade.
O Governo socialista banalizou verbos como «prometer» e «iludir», de tanto os utilizar e praticar de forma
abusiva. Perante o desmoronar do SNS, dos serviços públicos, o Superministro Centeno e toda a governação
socialista revelam uma triste e penosa insensibilidade social, uma desvalorização do sofrimento das pessoas
doentes e das suas famílias e das condições em que trabalham os profissionais, o que, asseguro-vos, é
altamente preocupante.
De facto, está patente, depois deste debate, e, dolorosamente, uma vez mais, o garrote das finanças com as
verbas dos Orçamentos que os senhores aprovam, mas que não são executadas, e todos temos provas disso.
Está patente a diminuição do acesso aos cuidados de saúde seja nos tempos de espera inaceitáveis para
consultas, para cirurgias, seja no acesso às maternidades, aos serviços de pediatria, de norte a sul do País,
com ameaças de falta de qualidade na assistência aos doentes portugueses.
Está patente a publicidade enganosa sobre a questão dos recursos humanos. Os senhores podem vir
diariamente dizer que há mais profissionais de saúde contratados, mas não vêm dizer que há mais horas de
cuidados contratadas!
Protestos da Deputada do PS Jamila Madeira.
Portanto, é publicidade enganosa, é ludibriar os portugueses, é incompetência!
A pergunta que vos deixo é esta: se há mais pessoas contratadas, por que razão é que aumentam as horas
com as empresas de contratação temporária?