29 DE JUNHO DE 2019
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O que fizemos nestes anos foi uma reorientação das políticas de ciência e de inovação, sobretudo baseada
no reforço daquilo que é a excelência e o mérito científico e, ao mesmo tempo, no reforço da densificação do
território, diversificando o tipo de instituições.
Reforçámos as unidades de investigação — o processo de avaliação é bem claro: há mais de 150 de
unidades de investigação por todo o País, que são consideravelmente reforçadas em termos de financiamento
—, estamos a reforçar os Laboratórios Associados, mas também abrimos um novo regime legal feito com base
nas melhores práticas europeias e internacionais, diversificando o leque de instituições.
Para isso, o Programa Interface, que foi particularmente crítico no programa de reprogramação dos fundos
comunitários, veio possibilitar não apenas o financiamento dos centros de interface tecnológico, mas a criação
de um leque de novas instituições, aquilo a que chamámos os Laboratórios Colaborativos, que são mais do que
puras parcerias público-privadas. São novas instituições — por isso respondo, desde já, à pergunta do Deputado
do PSD — que seguem exatamente não só a recomendação da OCDE, mas também as práticas, que temos
visto noutros contextos europeus, da necessidade de reforçar a autonomia de instituições, não apenas sendo
parcerias, mas, pelo contrário, sendo verdadeiras instituições que se diferenciam na sua missão.
Enquanto temos as unidades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) e os Laboratórios Associados
orientados para a produção de novo conhecimento e, certamente, para o reforço científico, temos os Centros de
Interface, obviamente, orientados para aquilo que é o conhecimento genérico, sobretudo de apoio às pequenas
e médias empresas, e os Laboratórios Colaborativos, orientados para o reforço do emprego qualificado, quer o
emprego em termos diretos, quer o emprego em termos indiretos. E, assim, estamos a fazer o que é, hoje, já,
um caso de referência a nível europeu, que é conjugar as políticas de coesão territorial com as políticas de
competitividade, densificando o território através da diversificação institucional, orientadas para um novo
panorama e paradigma entre aquilo que é o desenvolvimento do conhecimento e a criação de emprego.
Porventura, a próxima década, em Portugal e na Europa, será crítica para que os cidadãos percebam uma
melhor relação de confiança entre o conhecimento e o emprego qualificado. E o que fizemos nestes quatro anos
foi reorientar completamente a política científica do período anterior para dignificar o conhecimento em termos
da criação de emprego. Os resultados estão à vista e, ao contrário do que foi aqui dito, fizemo-lo dignificando o
emprego na Administração Pública e dignificando o emprego naquilo que são os arranjos colaborativos.
Aplausos do PS.
Os valores são bem claros — e agradeço, certamente, os comentários da Sr.ª Deputada Ana Mesquita,
sempre oportunos —, mas nunca tinha havido um crescimento tão grande de investigadores nos Laboratórios
do Estado.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Paula Santos, Sr. Ministro!
O Sr. Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: — Hoje, os Laboratórios do Estado, com dados
de 2018, voltaram a ter mais de 1500 investigadores, quando quantificados em equivalente a tempo integral, e,
hoje, temos uma rede de Laboratórios do Estado mais dignificada e mais valorizada, tendo a despesa pública
neste período sido superior à dos períodos anteriores.
Por isso, dignificar a Administração Pública ao mesmo tempo que percebemos que a criação de emprego se
faz também no mercado é aquilo a que chamo diversificar o quadro institucional, percebendo o que é a
dignificação do conhecimento como um bem público, mas também a abertura do conhecimento a todos e,
sobretudo, a uma melhor relação entre conhecer e empregar. E isso requer, sobretudo, a triangulação e o reforço
da triangulação entre a educação, a investigação e a inovação.
Compreendemos a inovação como a forma como as empresas e os empreendedores criam valor explorando
a mudança. E, mudança, estamos a fazê-la com mais emprego. Hoje, temos mais de 8000 investigadores,
quando quantificados em equivalente a tempo integral, e, mais uma vez, repartidos quer no setor público, quer
no setor privado.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Ministro, queira terminar.