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I SÉRIE — NÚMERO 42

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Para terminar, deixo esta ideia, que eu acho que é rigorosa, e de que já falámos muito hoje — o Sr. Primeiro-

Ministro já falou, e bem, e partilhamos a sua preocupação —, do material de proteção para os profissionais de

saúde que não há e que não está a chegar, eu gostaria de dizer que, hoje em dia, deve ser muito difícil de

adquirir esse material no mercado ou onde quer que seja, porque os países estão a sentir este problema, mas,

se calhar, há um mês ou há um mês e meio teria sido possível adquiri-lo, teria sido possível adquirir os

ventiladores que sabemos serem o fator crítico para salvar pessoas neste combate.

Protestos do BE.

Os primeiros casos em Wuhan, Srs. Deputados, apareceram em 29 de dezembro, não foi agora!

Tal como no cancelamento dos voos, perdemos tempo, Srs. Deputados. Mas, neste momento…

Protestos do PS.

Eu não vos interrompi…

Neste momento, temos de tomar medidas, temos de tomar decisões. As medidas que são apresentadas pelo

Governo são suficientes? Eventualmente, não serão. Faltam outras medidas, por exemplo para o setor social, e

falta — e o CDS propõe-no — olhar para uma rede e para uma malha muito fina de apoio aos idosos. Nós

estamos a pedir aos idosos que fiquem em casa, nós estamos a pedir às famílias que não vão até à casa desses

idosos e, por isso, tem de haver uma rede a nível da freguesia para chegar a esses idosos e para que não lhes

falte nada.

Temos de criar esses mecanismos, temos de olhar para o setor social. Há setores que se queixam, e

justamente, de estarem esquecidos no meio destas medidas. Dou-vos um exemplo — e falaremos daqui a pouco

desse assunto aquando da discussão da proposta de lei do Governo: o setor do comércio. As medidas já

anunciadas vão para o turismo, vão para a restauração, mas o comércio, por exemplo, ainda não tem medidas,

faltam propostas.

Mas, sejamos claros — e eu digo isto em nome do CDS: numa situação destas, e em emergência, quem

governa é o Governo. Não faz sentido fazermos aqui, no Parlamento, uma espécie de concurso de ideias a ver

quem é que consegue ter a ideia mais original e mais popular quando estamos em emergência.

Quem governa é o Governo, e o CDS, desse ponto de vista, respeitará a capacidade e a obrigação do próprio

Governo.

Os cordões sanitários podem ser necessários, mas dou-vos um só exemplo: em Ovar, pelo que me dizem,

foram definidas ontem um conjunto de regras, mas hoje há fabricas que estão a laborar. As regras, a

comunicação, aquilo que é dito aos portugueses tem de ser absolutamente claro e absolutamente percetível.

Não pode haver equívocos desse ponto de vista.

Termino com uma frase célebre, que tem sido usada nestes dias por muita gente, de um famoso Presidente

dos Estados Unidos da América do Norte: «Esperamos o melhor, mas estaremos preparados para o pior.»

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço-lhe para concluir.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Termino já, Sr. Presidente.

Penso que, neste momento, aproximamo-nos de uma situação em que o pior se aproxima de nós. Então, a

nossa última palavra vai para aqueles que estão na primeira linha de combate: os profissionais de saúde. E uso

uma outra frase histórica: «Nunca tantos deveram tanto a tão poucos.» Estamos todos em dívida para com eles.

É verdade que os portugueses dão um exemplo de civismo, é verdade, Sr. Primeiro-Ministro, que o senhor é

quem governa, que o comando é seu e a nossa solidariedade não faltará. Pedimos coragem, mas damos

unidade nacional.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, do Grupo

Parlamentar do PAN.

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