8 DE OUTUBRO DE 2020
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O Sr. Presidente: — Boa tarde, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro e demais Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Funcionários, Sr.as e Srs. Jornalistas, Srs. Agentes de autoridade.
Vamos dar início à sessão plenária.
Eram 15 horas e 3 minutos.
Antes de entrarmos na ordem do dia, peço à Sr.ª Secretária Maria da Luz Rosinha o favor de dar conta do
expediente.
A Sr.ª Secretária (Maria da Luz Rosinha): — Muito boa tarde a todas e a todos. Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, passo a anunciar a não admissão do Projeto de Resolução n.º
625/XIV/1.ª (CH) e do Projeto de Lei n.º 481/XIV/1.ª (CH).
Deram entrada na Mesa, e foram admitidas, as seguintes iniciativas legislativas: Projetos de Resolução n.os
677/XIV/2.ª (BE), 678/XIV/2.ª (Deputada não inscrita Cristina Rodrigues), 680/XIV/2.ª (PSD), 681/XIV/2.ª (PEV),
682/XIV/2.ª (BE), 683/XIV/2.ª (PSD), 684/XIV/2.ª (CDS-PP), 685/XIV/2.ª (CDS-PP), 686/XIV/2.ª (PEV),
687/XIV/2.ª (IL), 688/XIV/2.ª (PSD), 689/XIV/2.ª (BE), 690/XIV/2.ª (IL), 691/XIV/2.ª (PCP) e 692/XIV/2.ª (PSD); e
Projetos de Lei n.os 553/XIV/2.ª (PSD), 554/XIV/2.ª (CDS-PP), 555/XIV/2.ª (BE) e 556/XIV/2.ª (PS, PSD, BE,
PCP, CDS-PP, PAN e PEV).
É tudo, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — O primeiro ponto da ordem de trabalhos de hoje consta de um debate com o Governo sobre política geral, ao abrigo do artigo 224.º, n.º 2, alínea a), do Regimento.
Tem a palavra o Sr. Deputado Rui Rio, do Grupo Parlamentar do PSD, para formular perguntas.
O Sr. Rui Rio (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, o tema que lhe trago aqui, que admito que quase possa ser classificado como o tema mais importante que algum de nós poderia trazer, tem a
ver com a evolução da taxa de mortalidade, em Portugal.
O PS, no Governo, concentrou no Serviço Nacional de Saúde (SNS) os esforços de combate à pandemia,
dizendo — e bem, concordo — que, se travássemos a expansão da pandemia, travaríamos também a
mortalidade, porque o Serviço Nacional de Saúde estaria capaz de responder.
O que acontece é que a taxa de mortalidade, em Portugal, tem evoluído de uma forma absolutamente
dramática. Entre o dia 2 de março e o dia 20 de setembro — são as últimas estatísticas que existem — morreram,
em Portugal, cerca de 64 100 pessoas. Este número corresponde a mais 7100 óbitos do que a média dos últimos
cinco anos, mais 12,5% de mortes em Portugal, em 2020, de março até agora, para além daquilo que foi o
normal nos últimos cinco anos.
Poder-se-ia dizer, então, que a responsabilidade está na pandemia. Mas não está, porque da COVID apenas
morreram 1920 pessoas, pelo que há mais de 5200 pessoas que morreram de outras patologias que não a
COVID. Isto significa que morreram, de uma forma que nada tem a ver com a pandemia, mais 9,2% de pessoas
do que nos últimos cinco anos. Este é, para mim, um dos problemas mais importantes que poderia colocar a um
Governo de Portugal.
Por isso, a minha pergunta inicial é no sentido de saber se o Governo tem consciência da evolução da taxa
de mortalidade, em Portugal, se não acha que isto é grave e, achando que é grave, o que é que o Governo está
a fazer ou, no mínimo, o que é que está a pensar fazer para contrariar esta evolução.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro (António Costa): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Rui Rio, poderei facultar-lhe um estudo preliminar que existe sobre o excesso de mortalidade em Portugal, no período de janeiro a julho deste
ano, onde se refere, em particular, a incidência da elevada temperatura e das ondas de calor como podendo ter
uma correlação.