I SÉRIE — NÚMERO 22
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Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Marta Freitas.
A Sr.ª Marta Freitas (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, este Orçamento do Estado para 2021 vem novamente reforçar o Serviço Nacional de Saúde com mais investimento,
mais profissionais de saúde, mas também vem implementar um subsídio de risco para profissionais, que, desde
o primeiro momento, têm estado na linha da frente ao combate à COVID-19, com mais 20% do salário-base.
Este subsídio de risco é, efetivamente, o reconhecimento pelo Governo do trabalho essencial dos
profissionais de saúde e das equipas de emergência médica pré-hospitalar, que estão em constante contacto
com o vírus SARS-CoV-2 e em efetivo risco de contágio, a quem tem sido exigido um esforço, um trabalho
acrescido, mas que nunca, nunca, hesitaram, nem negaram a sua missão de cuidar e de olhar por todos nós,
cidadãos, neste momento de grande de vulnerabilidade e incerteza em que tudo mudou.
Aplausos do PS.
Este subsídio é um reconhecimento para aqueles cidadãos que, tal como nós, também sentem medo, mas
cujo dom, cujo sentido de missão fala mais alto. É a missão de estar ao lado, desde o momento em que sabemos
que o vírus nos afetou até ao fim. Mesmo correndo riscos, lutam por nós.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Passamos à proposta, apresentada pelo CDS-PP, de um artigo 185.º-A — Subsídio extraordinário de risco para os profissionais das forças e serviços de segurança.
Tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia, do CDS.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, aproveitaria para sublinhar que esta proposta se enquadra num conjunto de propostas que o CDS apresenta nesta matéria especificamente destinadas aos profissionais
dos serviços de segurança, designadamente às polícias. Algumas delas já foram chumbadas, como por exemplo
as relativas ao reforço do equipamento e às câmaras de fardamento, entre outras.
Aguardamos para ver quais serão as conclusões em termos do reforço indispensável de efetivos para as
forças e serviços de segurança num Orçamento cuja maioria de que depende começamos a perceber qual será.
Será uma leitura muito importante e relevante.
Sobre este ponto em concreto o que é que dizemos? Dizemos que este Orçamento deve resolver, de uma
vez por todas, a célebre discussão sobre o subsídio de risco para essas mesmas forças de segurança,
lembrando que este Parlamento já aprovou no passado, e não num passado muito distante, um projeto de
resolução exatamente sobre o subsídio de risco, em relação ao qual o Governo, obviamente, «fez ouvidos de
mercador», ou seja, não quis saber, ignorou e não se interessou por este assunto.
Este é, pois, um momento de clarificação.
É justo que às mulheres e aos homens das forças e serviços de segurança seja atribuído um subsídio de
risco e que sejam clarificadas todas as suas remunerações, sejam elas remunerações extras ou
complementares, bem como tudo o que até agora não foi pago, isto é, todos os suplementos remuneratórios
que ficaram em falta.
Termino, dizendo o seguinte: se é evidente que o subsídio é justo para os profissionais de saúde e para todos
eles, pergunto se as mulheres e homens dos serviços e forças de segurança não estão também na linha da
frente do combate a esta pandemia, já que muitas vezes têm de intervir diariamente, em circunstâncias por
vezes muito difíceis, muito exigentes, para fazer cumprir a lei. Este subsídio é, por isso, do nosso ponto de vista,
de inteira justiça.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Passamos à proposta, apresentada pelo PSD, de um artigo 60.º-A — Subsídio de risco para os profissionais das forças de segurança.