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20 DE JANEIRO DE 2021

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O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Funcionários, Sr.as e Srs. Jornalistas, Sr.as e Srs. Agentes da autoridade, vamos dar início à nossa sessão plenária.

Eram 15 horas e 6 minutos.

Srs. Deputados, como sabem, a nossa ordem do dia de hoje consiste num debate com o Governo, sobre

política geral, com a presença do Primeiro-Ministro, ao abrigo da alínea a) do n.º 2 do artigo 224.º do

Regimento da Assembleia da República.

Tem a palavra, em primeiro lugar, pelo Grupo Parlamentar do PSD, o Sr. Deputado Adão Silva.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, vivemos hoje tempos duros, tempos difíceis, tempos tristes, talvez dos mais tristes e mais duros

desde o 25 de Abril de 1974.

O PSD quer, no início deste debate, tornar pública a sua solidariedade para com todas as famílias que já

sofreram na carne as mortes provocadas por esta pandemia.

Por outro lado, o PSD quer também elogiar os milhares e milhares de profissionais da saúde que, sem

medida, de forma pronta, generosa, voluntária, procuram salvar vidas, muitas vezes de pessoas que nem

sequer conhecem, correm riscos, riscos ingentes da própria vida, com generosidade, com altruísmo e com

abnegação. Os portugueses ficarão devedores, durante muitos anos, a esses profissionais de saúde. Isto

nunca é demais sublinhar.

É com muita honra e com muito orgulho, Sr. Presidente e Sr.as e Srs. Deputados, que o PSD tem, na sua

bancada, um Deputado que, nos seus tempos fora do Parlamento, reassume as suas funções de médico,

médico infeciologista, para salvar vidas, amenizar o sofrimento e trazer esperança aos cidadãos que buscam a

salvação nos hospitais, particularmente no hospital de Cascais.

Ali, na linha da frente, ali, no covidário, é onde se encontra o Deputado Ricardo Baptista Leite quando não

está no Parlamento.

Aplausos do PSD.

É um prazer Ricardo, é uma honra! Obrigado, Ricardo Baptista Leite, Dr. Ricardo Baptista Leite, pela

generosidade e pelo altruísmo perante aqueles que sofrem e que vês morrer no hospital de Cascais.

Nos hospitais de Cascais, de Santa Maria, de São José, dos Covões, em Coimbra, de Garcia de Orta, de

Torres Vedras, neste momento vivem-se horas dramáticas por ser cada vez mais difícil responder não apenas

aos cidadãos com COVID, mas também a outros cidadãos que procuram salvar as suas vidas, combater a sua

doença e que já não têm a possibilidade que se esperava e que deviam ter. Como, aliás, demonstra o

despacho da Sr.ª Ministra da Saúde. Estamos a deixar pessoas para trás.

Ontem, Portugal era o pior país do mundo em relação ao número de infeções por milhão de habitantes.

Ontem, Portugal era o segundo pior país da União Europeia em relação ao número de mortes, depois da

República Checa, estando a República Checa a diminuir e Portugal ainda a aumentar — hoje, mais 218

cidadãos faleceram. Portanto, a sensação que há é a de que longe vão os tempos do tão propalado, e correto,

«milagre português».

Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, a primeira pergunta que lhe faço é a seguinte: como é que chegámos a esta

situação? Sr. Primeiro-Ministro, como foi possível acontecer esta catástrofe humana, depois de tudo ter corrido

tão bem nos meses de março e de abril do ano passado?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro (António Costa): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Adão Silva, muito obrigado. Sr. Deputado, acho que fez uma excelente síntese daquele que é o sentimento partilhado por todos os

portugueses. Vivemos, seguramente, um dos momentos mais tristes, de maior dor e sofrimento, e a