I SÉRIE — NÚMERO 40
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Mas, Sr. Deputado, se para a semana, se amanhã, se depois de amanhã ou se daqui a 15 dias soubermos,
por exemplo, que a estirpe inglesa se tornou dominante no nosso País, muito provavelmente iremos mesmo
ter de fechar as escolas. Nesse caso, farei o que tenho de fazer, que é fechar as escolas.
Aplausos do PS.
Sr. Deputado, nessa altura, poderá vir dizer que recuei, mas com muito orgulho lhe direi que recuei porque
farei sempre, em cada momento, o que, em minha consciência, for adequado fazer.
Neste momento, é adequado proteger e garantir a educação desta geração. Quando a sobrevivência desta
geração depender do encerramento das escolas, isso será feito, se for necessário.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra o Sr. Deputado Adão Silva, do Grupo Parlamentar do PSD.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, vai, então, começar agora nas escolas a realização de testes rápidos. Vendo, como se está a ver, que os grupos etários mais afetados são os dos
jovens entre os 13 e os 25 anos, pergunto: porque é que não começou mais cedo a realização de testes
rápidos?
Aplausos do PSD.
Já agora, Sr. Primeiro-Ministro, porque é que não começou no princípio do ano a distribuição de
computadores e a instalação de redes informáticas que V. Ex.ª prometeu em abril de 2020?
Aplausos do PSD.
Vou recordar-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, aquilo V. Ex.ª disse em abril de 2020 e que, seguramente, não
esqueceu. Foi o seguinte: «Assumimos um objetivo muito claro. Vamos iniciar o próximo ano letivo
assegurando o acesso universal à rede e aos equipamentos a todos os alunos dos ensinos básico e
secundário». Mas, Sr. Primeiro-Ministro, até ao final do primeiro trimestre, só um décimo dos computadores
necessários tinha sido distribuído! Um décimo!
Sr. Primeiro-Ministro, se V. Ex.ª vier a encontrar, tecnicamente, razões — aliás, os técnicos estão a dizer
que as há — para o encerramento das escolas, o PSD nunca dirá que V. Ex.ª recuou; o PSD dirá que,
finalmente, V. Ex.ª tomou a decisão certa!
Aplausos do PSD.
Sr. Primeiro-Ministro, vou terminar.
V. Ex.ª disse que o que estávamos a ver a acontecer exigia uma resposta imediata e, como ainda tem
alguns segundos para me responder, pergunto-lhe: vendo o que estava a ver, tal como eu estava a ver, na
sexta-feira, no sábado e no domingo, em que a redução de circulação tinha sido de apenas 30% em relação
ao fim de semana anterior, porque é que não foi aos noticiários da noite de domingo fazer um apelo instante
aos portugueses, fazer pedagogia e exigir que cumprissem o que estava determinado no plano de
confinamento? Porque é que V. Ex.ª não fez isso?!
Foi noticiado que ia fazer um Conselho de Ministros na segunda-feira, com novas medidas a serem
aplicadas sabe-se lá quando e cujo efeito não se conhece. Mas, Sr. Primeiro-Ministro, na minha perspetiva, V.
Ex.ª deveria ter ido, na noite de domingo, falar aos portugueses.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço-lhe para concluir.