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I SÉRIE — NÚMERO 40

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solidariedade que devemos ter para com cada uma das famílias enlutadas, para com cada um dos doentes

infetados, para com aqueles que estão, neste momento, isolados profilaticamente é o que nos deve impelir a

todos a procurar encontrar as melhores respostas para enfrentar esta pandemia.

Esta pandemia tem tido, nos diferentes países do mundo, fases diversas. Quando a imprensa estrangeira,

e até o nosso Presidente da República, se referia ao «milagre português», eu sempre disse que era preciso ter

a serenidade para se ver o que iria acontecer a seguir, porque esta pandemia não tinha vindo para 15 dias,

não tinha vindo para três meses, era mesmo uma maratona — é a expressão que tenho utilizado. E é uma

maratona muito dura, que vai exigir sempre que, simultaneamente, trabalhemos em duas dimensões

fundamentais, sendo uma a de continuarmos a aumentar a capacidade de resposta do Serviço Nacional de

Saúde, que é uma capacidade de resposta flexível, extensível, que tem conseguido, até agora, responder aos

momentos de maior necessidade e de forma progressiva em função das necessidades.

Em meados de outubro, quando o Governo declarou o estado de calamidade, tínhamos 1424 camas afetas

à COVID; em final de novembro, tínhamos alargado esse número para 3545 camas; hoje, temos 5795 camas

ocupadas com doentes COVID e ainda temos capacidade de extensão.

Se me pergunta se a capacidade de extensão é ilimitada, dir-lhe-ei que todos sabemos que a capacidade

de extensão não é ilimitada, porque ter camas para cuidados COVID não é só pôr camas, não é só pôr

ventiladores, que felizmente tivemos a capacidade de duplicar, praticamente, desde março até agora; é

fundamental o trabalho e a disponibilidade dos recursos humanos.

O Sr. Deputado referiu o Dr. Ricardo Baptista Leite, mas podemos, seguramente, referir todos os

profissionais de saúde deste País que não têm virado a cara ao esforço que é necessário fazer para enfrentar

e travar esta pandemia.

Aplausos do PS.

Há algo de que é absolutamente essencial termos consciência: podemos confiar nos profissionais de

saúde, mas a maior ajuda que podemos dar aos profissionais de saúde é evitar sermos mais um doente ou

criarmos mais um doente que eles tenham de tratar.

Ora, isso não depende nem dos médicos, nem dos enfermeiros, nem de nenhum outro profissional de

saúde; isso depende de cada um de nós, na forma como adotamos as medidas de proteção individual e na

forma como asseguramos o distanciamento físico e cumprimos as regras para travarmos esta pandemia.

É necessário endereçar uma palavra de louvor aos portugueses que foram, de facto, extraordinários nessa

primeira vaga em março, que foram também extraordinários naquelas 19 freguesias que, em junho, resistiam à

pandemia na Área Metropolitana de Lisboa e que voltaram a ser extraordinários quando, depois do verão, foi

necessário quebrar a segunda vaga. E conseguimos fazê-lo de forma significativa até ao Natal.

Apesar do cansaço acumulado, apesar da dor acumulada, apesar das dificuldades acrescidas, porque há

mais pessoas que perderam o emprego, porque há mais pessoas que perderam o rendimento, porque há mais

empresas que estão mais frágeis, apesar disso tudo, tenho a certeza que os portugueses, de novo, vão

mobilizar-se para travar esta terceira vaga e vão, de novo, conseguir superar, em conjunto, esta terceira vaga.

Aplausos do PS.

É nesse objetivo, Sr. Deputado, que o Governo está focado e é nesse objetivo que todos, estou certo,

estamos focados.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra o Sr. Deputado Adão Silva.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, a importância dos profissionais de saúde é desmedida, e eu deixei-a aqui bem sublinhada. A questão da responsabilidade e da solidariedade individuais

é absolutamente incontornável e eu diria, até, que esta é a circunstância, este é o momento em que todos