15 DE MAIO DE 2021
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Não existe, em Portugal, uma estrutura legal de âmbito nacional com atuação local de proximidade às
entidades competentes nesta matéria, designadamente autarquias (câmaras municipais e juntas de freguesia),
Ministério Público, forças de segurança (em especial para os programas de proteção do idoso), instituições do
setor social e solidário.
O CDS defende que deve ser alargado aos idosos o âmbito e as competências da atual Comissão Nacional
de Promoção dos Direitos e Proteção das Criança e Jovens e as respetivas comissões de proteção de âmbito
concelhio, com o envolvimento concreto e real dos Conselhos Locais de Ação Social (CLAS), sem prejuízo da
sua atual e muito relevante função.
Sabemos, e lamentamos, que os recursos existentes das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens
(CPCJ) são limitados, pelo que os mesmos devem ser reforçados com mais técnicos de serviço social, por parte
da segurança social. As redes sociais concelhias e as redes sociais de freguesia podem e devem reforçar
também as comissões alargadas e restritas das CPCJ no acompanhamento de casos.
Defendemos, por isso, que o mesmo seja feito de forma gradual, através de projetos-pilotos em diversos
concelhos do País, por um período de 18 meses, de maneira a não pôr em causa a capacidade de resposta
dessas CPCJ.
Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, é esta a proposta que o CDS aqui traz, com a consciência da
importância que a mesma terá, efetivamente, para a proteção dos mais idosos.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cristina Mendes da Silva, do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.
A Sr.ª Cristina Mendes da Silva (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Começo por agradecer aos grupos parlamentares proponentes destas iniciativas o seu trabalho.
Falar de idosos é também falar de envelhecimento ativo e de dignidade por parte de uma comunidade que
vive em democracia, pelo que temos de reclamar para todos um Estado de direito, de liberdade e garantias,
independentemente da idade e das suas opções ao longo de uma vida.
Ao Estado, que somos todos nós, é exigido o respeito, o reconhecimento, a convivência, a solidariedade e o
cuidado.
Do Governo e da Assembleia da República é esperado que sejam o garante da educação, da justiça, da
saúde, da assistência social, de habitação digna, de acesso a serviços básicos de qualidade, de emprego em
condições dignas e com salários justos, que permitam o acesso a prestações e a pensões de velhice que
proporcionem a todas as pessoas idosas qualidade de vida.
A força de uma boa política pode ser determinante para toda a comunidade. Destacamos o programa das
redes sociais, que permite a colaboração do Governo central e das autarquias com a sociedade civil, com o
intuito de implementar e executar o plano de desenvolvimento social subjacente a um diagnóstico social,
efetivado pelo Conselho Local de Ação Social, através dos planos de ação anuais que são concretizados com
projetos, atividades e ações de cariz social, económico e cultural, para melhorar a vida de todos os habitantes
destes territórios.
O Partido Socialista, que lançou as sementes e fez crescer as redes sociais em todo o território nacional,
pretende contribuir com uma iniciativa, que deu entrada recentemente, para a reavaliação global do Programa
Rede Social, com objetivo de reforçar e melhorar a resposta social. Para o Partido Socialista, governar em rede
é governar com todos e para todos.
Deve responder-se aos problemas sociais de cada território de forma integrada, solidária, mas também de
forma específica para todo o território. Os idosos não têm as mesmas necessidades em todo o território
português. Têm de ser dadas respostas às necessidades dos idosos, mas também têm de ser dadas respostas
às necessidades das crianças, dos jovens, dos adultos, das pessoas com deficiência ou vítimas de violência
doméstica e de todos que precisem de apoio para garantir uma vida digna e de convivência fraterna entre as
famílias.
Estas respostas não se limitam a respostas económico-sociais, mas alargam-se também a respostas
educacionais, culturais, desportivas, na área da saúde, do emprego, da habitação, em todas as áreas, para