I SÉRIE — NÚMERO 89
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Geral para o Sahara Ocidental e espera e insta para um compromisso de Marrocos, Frente Polisário, Argélia e
Mauritânia, sob a supervisão da ONU (Organização das Nações Unidas), no processo político no Sahara
Ocidental de forma séria e respeitosa, a fim de identificar elementos de convergência.
O Grupo Parlamentar do PSD entende que, primeiro que tudo, deve haver lugar a um cessar-fogo. De nada
serve manter um debate se o conflito se mantém, o que fará provocar sempre um extremar de posições entre
as partes. Aplica-se o mesmo princípio a declarações unilaterais, já que resultam no agudizar do conflito já
existente.
O Grupo Parlamentar do PSD reitera, recorda e sublinha que está em curso, até (pelo menos) 31 de outubro
de 2021, a Missão da ONU para o Referendo no Sahara Ocidental (United Nations Mission for the Referendum
in Western Sahara — MINURSO).
Neste sentido, após um cessar-fogo, o Grupo Parlamentar do PSD (i) enfatiza a necessidade de alcançar um
objetivo realista, praticável e duradouro de uma solução política para o Sahara Ocidental baseada no
compromisso e na importância de alinhar o foco estratégico da MINURSO; (ii) manifesta o seu total apoio aos
esforços em curso do Secretário-Geral da ONU e do seu próximo Enviado para acompanhar e tomar das devidas
diligências do processo de negociações renovado, a fim de alcançar uma solução para o Sahara Ocidental.
No âmbito destes esforços foi, inclusive, indicado o nome do português Luís Amado para representante das
Nações Unidas na mediação do conflito no Sahara Ocidental, tendo este nome sido recusado, mantendo-se
desocupada a posição há quase dois anos.
Por estas razões, o Grupo Parlamentar do PSD votou contra o Projeto de Voto n.º 633/XIV/2.ª, porque não
expressa que a solução passa por um cessar-fogo, na necessidade de as partes voltarem a sentar-se à mesa
sob a égide da ONU, do boicote das várias partes em aceitar-se um mediador indicados pela ONU e por ignorar
a extensão para a concretização da Missão da ONU para o Referendo no Sahara Ocidental, apresentando-se,
assim, como uma posição precipitada.
O Grupo Parlamentar do PSD.
[Recebida na Divisão de Redação em 15 de julho de 2021].
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Relativa ao Projeto de Resolução n.º 1063/XIV/2.ª [votado na reunião plenária de 9 de julho de 2021 — DAR
I Série n.º 88 (2021-07-10)]:
O Grupo Parlamentar do PAN absteve-se na sessão plenária do dia 9 de julho de 2021 relativamente à
votação do Projeto de Resolução n.º 1063/XIV/2.ª — Desassoreamento urgente da barra de Tavira e dos canais
de acesso aos portos de Santa Luzia e de Cabanas.
É entendimento do Grupo Parlamentar do PAN que a realização de dragagens, embora possam ser
necessárias em determinadas situações e até reclamadas pela população local, devem ser realizadas
respeitando os ciclos naturais e com preocupações em relação aos seus impactos no equilíbrio ecológico das
zonas onde são efetuadas, procurando minimizar os danos na costa e na biodiversidade local.
No caso específico em apreço, e analisando o projeto apresentado pelo Bloco de Esquerda, as preocupações
estão relacionadas, principalmente, com os interesses da atividade piscatória, lazer e turismo. No entanto, e
apesar de ser referido que as dragagens devem ser efetuadas «salvaguardando os valores ambientais em
presença», nada é referido em relação aos impactos das mesmas na zona costeira, o destino dos inertes
removidos da barra ou sobre os valores ambientais afetados.
É sabido que as dragagens podem acarretar sérios problemas ambientais que acabam por afetar, não só
espécies de animais e plantas, mas também os próprios humanos. Podem ser responsáveis, por exemplo, pela
proliferação de espécies invasoras que acabam por conduzir a prejuízos graves nas zonas afetadas e a gastos
muito significativos para o seu controlo e erradicação.
Neste sentido, apesar de reconhecer a necessidade de reduzir os riscos existentes para as embarcações
que utilizam aquela barra e portos adjacentes, o Grupo Parlamentar do PAN decidiu abster-se na votação deste
projeto de resolução por não conseguir ver respondidas estas preocupações e por temer que estas dragagens