1 DE OUTUBRO DE 2021
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Este é, pois, o caminho, o caminho no qual não daremos um passo atrás, afirmando uma Agenda do Trabalho
Digno, com a inerente valorização salarial.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para encerrar o debate, tem a palavra a Sr.ª Deputada Diana Ferreira, do PCP.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Após termos ouvido as intervenções
dos vários grupos parlamentares, percebemos que o PSD, o CDS e o Iniciativa Liberal argumentaram no sentido
da redução dos salários.
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Ninguém disse isso! Seja séria!
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Os senhores querem reduzir os salários, aliás, o que não é estranho,
considerando o corte nos salários e nas prestações sociais que foi da vossa autoria, no último Governo do
PSD/CDS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Mas, Sr.ª Deputada Ofélia Ramos, permita-me que lhe diga que
desesperados estão os trabalhadores que levam para casa menos de 600 € e que não têm dinheiro para fazer
face ao custo de vida.
Protestos da Deputada do PSD Ofélia Ramos.
Desesperados estão os trabalhadores que têm de pagar casa e alimentação, pois esse dinheiro não chega
para o conjunto de despesas que têm.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Como tal, é o aumento e a valorização geral dos salários, nomeadamente o
aumento do salário mínimo nacional para os 850 €, que permite que estes e muitos mais trabalhadores tenham
melhores condições de vida e possam fazer face ao custo de vida.
É este o caminho que os senhores não querem seguir. Assumam-no aqui na discussão que estão a fazer!
Aplausos do PCP.
Protestos do PSD.
Sr. Deputado Fernando José, também temos de dizer que a intervenção feita pelo PS não augura nada de
bom. Mas têm tempo, até amanhã, para, efetivamente, refletir sobre o caminho que querem seguir.
A proposta que apresentámos é estrutural para a valorização económica e social do País, para a valorização
do trabalho e dos trabalhadores. O que o PS tem de decidir, sobre a posição a tomar, é que caminho quer seguir:
se quer, efetivamente, responder aos problemas que o País enfrenta, dando uma resposta que tem de ser global
e que comporte a valorização dos salários e o aumento do salário mínimo nacional para os 850 €; ou se quer
seguir um caminho que não faça essa valorização e que continue amarrado a um conjunto de imposições que
impedem o progresso e a justiça social que este País tem condições de fazer. É que são os trabalhadores deste
País que produzem a riqueza que, depois, é distribuída nos salários. São os trabalhadores que produzem essa
riqueza e é o salário desses trabalhadores que tem de ser valorizado.
Sr. Deputado, falou-se da distribuição da riqueza. A valorização dos salários é, também, um instrumento
fundamental para uma mais justa distribuição da riqueza. O último inquérito à situação financeira das famílias
dizia que 70% da riqueza nacional está nas mãos de 20% das famílias mais ricas do nosso País.