22 DE OUTUBRO DE 2021
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O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado Telmo Correia, pede a palavra para que efeito?
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Para exercer o direito regimental de defesa da honra da bancada, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, quer dizer-nos em que é que sentiu que a honra da sua bancada foi ofendida?
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — O Sr. Deputado José Manuel Pureza acaba de fazer uma série de afirmações e outras tantas insinuações no sentido de que o CDS seria um partido revanchista, contra o 25 de
Abril, que queria apagar o 25 de Abril, etc.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, Sr. Deputado. Como sabe, dispõe de 2 minutos.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, queria dizer ao Sr. Deputado José Manuel Pureza, serenamente, o seguinte: todo o radicalismo ideológico que pôs nas suas afirmações e intervenções não tem
nada de novo, é conhecido, e nem sequer o valorizo demasiado. É, no fundo, o radicalismo ideológico de
quem tem como ídolos, como heróis e como figuras que mais admira aqueles que, nesses tempos, nos teriam
conduzido, a todos nós, àqueles a quem o senhor chama de «direita», a um qualquer Campo Pequeno. Nada
disso é novo. Sabemos disso, acompanhámos essa história. Se outros se esqueceram dela, nós não nos
esquecemos.
O que lhe queria dizer que é ofensivo e que não lhe admito e que, além do mais, é profundamente injusto
— devo dizer-lhe que não o esperaria de si — é quando nos diz que queremos apagar o 25 de Abril. Leia o
nosso projeto! O 25 de Abril é o dia da Revolução, e será sempre o dia da Revolução. De uma Revolução que
não é sua, porque a sua foi derrotada a 25 de Novembro. De uma Revolução que é de todos os portugueses e
que nos trouxe a democracia.
Não proponho substituir um feriado pelo outro… E, já agora, informava o Sr. Deputado Pedro Delgado
Alves, porque se calhar, não sabe, que os dias 5 de Outubro e 1 de Dezembro são feriados…
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Graças à esquerda parlamentar!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … e não penso que haja um problema com isso. É que parece que não sabe.
A única coisa que proponho é que esta data, pela importância que ela teve no processo revolucionário, seja
assinalada com uma sessão evocativa. Pode até, Sr. Deputado, na minha opinião, ser uma conferência, um
colóquio — como o CDS sempre fez e continuará a fazer —, mas que haja uma evocação no quadro
parlamentar de uma data marcante.
Por isso, a sua afirmação de que queremos apagar o 25 de Abril e a sua importância, além de ser ofensiva
— não o faríamos nunca, nem é essa a minha intenção —, é profundamente injusta, porque não é isso que
propomos.
A graduação está feita na proposta em si. O 25 de Abril é feriado, tem sessão solene na Assembleia todos
os anos. O que propomos é que haja uma evocação desta outra data. E concordamos com a proposta de que
haja também a evocação da aprovação da Constituição da República Portuguesa. Porque não? Votámos
contra a Constituição da República Portuguesa de 1976, mas votaríamos a favor da Constituição como ela é
hoje — entretanto, houve revisões constitucionais e todos percebem por que razão, em 1976, votámos contra
—, não teríamos qualquer problema em fazê-lo, é uma data importante que achamos que deve ser evocada.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir, Sr. Deputado.