23 DE OUTUBRO DE 2021
39
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado André Ventura, do Chega.
O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: As elites, diz o Bloco de Esquerda… O Bloco de Esquerda, apoiado pelas elites desde o início do regime, e ainda hoje aqui sentadas, as elites que
permitiram que o regime fosse o que é hoje, estão aqui a apontar o dedo às bancadas da direita.
Protestos do BE.
Vergonha de todos, que estão aqui hoje sustentados por uma elite que destrói o País há 47 anos e, ainda
assim, vêm aqui dizer «as elites que andam por aí».
Protestos do BE.
Há um aspeto evidente neste relatório. Este relatório não foi o relatório que o Chega quis, porque esse iria
investigar o financiamento de partidos políticos em Portugal, como o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista.
Protestos do PS e do BE.
Este relatório não foi o que o Chega quis, porque esta Assembleia não permitiu que assim fosse.
Mas há algo evidente…
Protestos do PS e do BE.
Calma!
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, faça favor de continuar. Aqui, quem diz «calma» é o Presidente, quando tiver de dizer.
Mas faça favor de continuar.
O Sr. André Ventura (CH): — Muito obrigado, Sr. Presidente. O Banco de Portugal falhou, e isso é hoje evidente. É hoje evidente que as estruturas deram um sinal
errado aos portugueses quando lhes disseram que podiam estar seguros relativamente ao sistema financeiro
que tinham. E este relatório deixa muito evidente que assim é.
A venda do Novo Banco não acautelou o interesse público. Mas é hoje evidente que ouvir o Partido
Socialista dizer que isto se deveu ao último Governo é não aceitar que isto tem um responsável que se chama
José Sócrates e que é por isso e por ele que hoje ainda estamos a pagar o que estamos a pagar do Novo
Banco. Atirar isto permanentemente para a direita é não ter memória do que nos trouxe a troica e a crise e do
responsável único — único e exclusivo — de estarmos hoje a pagar isto que se chama José Sócrates e que foi
Primeiro-Ministro socialista.
Protestos doPS.
Mas este relatório — e vou terminar, Sr. Presidente — traz outro aspeto muito curioso: é que esquece
tantos aspetos e tantos responsáveis que levaram Portugal ao estado em que está hoje. E é muito curioso que
estejamos aqui a discutir isto no mesmo dia em que Ricardo Salgado alega no tribunal que tem Alzheimer. De
facto, é um Alzheimer coletivo aquele que marca esta Comissão de Inquérito e aquele que marca a
investigação ao Novo Banco e que não permite apontar o dedo aos responsáveis que o são, muitos deles de
partidos aqui sentados nesta Assembleia.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.