I SÉRIE — NÚMERO 16
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Tudo faremos para obter um acordo, mas não podemos fazê-lo a qualquer preço. Acabar com o fator de
sustentabilidade para todas as reformas antecipadas significaria destruir a garantia de um sistema de segurança
social público que respeite os atuais pensionistas e garanta o futuro dos trabalhadores de hoje e das novas
gerações.
Aplausos do PS.
Um aumento, em 2022, de 28%, ou mesmo de 20%, numa nova versão, no salário mínimo nacional é colocar
em risco a recuperação e a subsistência de milhares de micro, pequenas e médias empresas que enfrentaram
a maior crise económica da nossa história e que ainda enfrentam um quadro de múltiplas incertezas, do
fornecimento de componentes ao custo dos combustíveis. Não, não podemos pôr em causa essas empresas e
os seus postos de trabalho!
Aplausos do PS.
Pedem-nos um passe de mágica, mas não há passe de mágica que nos permita ultrapassar o sentido de
responsabilidade, de equilíbrio e a defesa do interesse nacional. Não fazemos chantagens, ultimatos ou
fechamos portas ao diálogo e este debate, na generalidade, é, aliás, um bom momento para o prosseguir. Se
as Sr.as e Srs. Deputados o permitirem, a fase da especialidade é até o momento adequado para a discussão
em detalhe de propostas e de redações.
Aplausos do PS.
E quanto às matérias extraorçamentais, como a legislação laboral ou o estatuto do Serviço Nacional de
Saúde, o período de debate público, que na semana passada se abriu, proporciona uma larga oportunidade de
procurar soluções até à sua votação final, nesta Assembleia da República, ou à sua aprovação final pelo
Governo.
Vamos consolidar os muitos avanços que já conseguimos. Respeitemos os portugueses que não desejam
uma crise. Compreendamos o momento histórico que o País vive. Haja vontade política, criatividade e espírito
de compromisso e nada justifica pôr termo à caminhada que iniciámos em 2016.
Aplausos do PS.
Ainda há estrada para andar e devemos continuar.
O Sr. Ascenso Simões (PS): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Da parte do Governo, Sr. Presidente Sr.as e Srs. Deputados, «enquanto houver ventos e mar a gente não vai parar».
Aplausos do PS, de pé.
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem agora questões, colocadas por todos os grupos parlamentares, a que deverá responder uma a uma. Depois, tem mais de 20 perguntas — 21, mais exatamente
— a que poderá responder como entender.
A primeira pergunta cabe ao Sr. Deputado Rui Rio, do Grupo Parlamentar do PSD, a quem dou a palavra.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Rui Rio (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, manifestamente, nós encontramo-nos numa fase de profunda instabilidade política. Há uma profunda instabilidade política porque o Orçamento do Estado,