6 DE NOVEMBRO DE 2021
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Marcos. A 5 de outubro de 2002, foi condecorado pelo Presidente da República Jorge Sampaio com a Comenda
da Ordem do Mérito. Em 2004 e 2012, respetivamente, as câmaras municipais de Oeiras e de Lisboa atribuíram-
lhe as correspondentes medalhas de Mérito Municipal, Grau Ouro.
O Museu do Fado, em 2019, prestou-lhe homenagem na inauguração da Oficina de Construção da Guitarra
Portuguesa, com a atribuição de uma sala que lhe é dedicada.
Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, exprime o seu pesar pela morte de Gilberto
Grácio e endereça aos seus familiares e amigos as suas mais sentidas condolências, prestando homenagem a
uma personalidade ímpar no panorama cultural português.»
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar a parte deliberativa do projeto de voto que acaba de ser lido.
Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.
Vamos agora votar o Projeto de Voto n.º 695/XIV/3.ª (apresentado pelo PSD e subscrito por Deputados do
PS) — De pesar pelo falecimento de António André da Silva Topa, nosso colega até há bem pouco tempo, ao
qual, evidentemente, me associo, com desgosto.
Informo a Câmara de que estão presentes na galeria a sua mulher, os seus filhos e alguns amigos.
Peço ao Sr. Deputado Rui Rio o favor de proceder à leitura deste voto.
O Sr. Rui Rio (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte teor: «A morte do Deputado António Topa constitui uma perda para a Assembleia da República e para a
democracia portuguesa.
Engenheiro de profissão, dedicou a sua vida à causa pública. Foi Deputado à Assembleia da República nas
XIII e XIV Legislaturas e Presidente da Comissão Parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e
Habitação.
Figura destacada do Partido Social Democrata, teve uma participação ativa nas estruturas partidárias a nível
local, distrital e nacional.
A nível autárquico, foi Vereador do Planeamento, Urbanismo e Obras Particulares da Câmara Municipal de
Santa Maria da Feira, membro da Assembleia Municipal deste município e membro da Assembleia de Freguesia
de Vila Maior.
Da sua passagem pela Assembleia da República, não pode deixar de ser lembrada a sua postura de diálogo,
assente na simplicidade e na firmeza.
Dirigindo a Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, tributa-se-lhe a isenção, a justiça
e a equidistância com que tratou sempre todos os Deputados da Assembleia da República. O seu pluralismo, o
respeito pelas diferenças políticas, sociais, religiosas, cívicas, fizeram dele um homem apreciado por todos os
quadrantes políticos.
Mais do que as funções políticas e partidárias, o Deputado António Topa afirmou-se como um homem bom,
de trato afável, sereno, atento, consensualizador.
Tendo espírito altruísta, dava-lhe prazer ajudar os outros, em particular os mais vulneráveis.
O Deputado António Topa era um amigo, sem deixar de ser firme no alerta do erro; era sereno, mas seguro
na convicção; era prudente, mas ousado nos desafios; de humor fino e apurado, mas sério no debate e nas
ideias.
A simplicidade, o entusiasmo, o trabalho e o respeito eram os pilares da sua conduta cívica e política.
As seguintes palavras de Santo Agostinho poderiam muito bem ser proferidas por António Topa: ‘(…) eu sou
eu, o que era para vós continuarei a ser.
Chamem-me o nome que sempre me chamaram, falem comigo como sempre fizeram.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir.
A vida significa tudo o que sempre significou, o fio não foi cortado.
Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho…
Vós que ficastes aí, segui em frente, a vida continua, linda e bela como sempre foi.’
Assim era António Topa. Assim vai continuar a ser nos nossos corações.