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I SÉRIE — NÚMERO 54

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A Sr.ª Eurídice Pereira (PS): — … e escolheram, de facto, uma política patriótica, do socialismo democrático e progressista.

Esta escolha foi clara e, portanto, cabe ao Partido Socialista, através do Governo, na Assembleia da

República — ouvindo, como é evidente, porque estamos em democracia —, encontrar as melhores soluções

para as solicitações que se colocam. É para isso que os senhores também estão convocados e não podem fugir

desta convocação.

Estão convocados para não repetirem o erro de se recusarem a ir ao debate do Orçamento na especialidade

— agora com a diferença de que não está nas vossas mãos, mas ficava-vos bastante bem.

Dito isto, nesta linha, a pergunta que deixo é uma pergunta que já vos deveria ter sido feita, no meu entender,

há muito tempo: o PCP volta a optar pelo exacerbar da crítica a servir de biombo para não ir a jogo com os pés

assentes na terra?

Certo, para os portugueses, é que o Partido Socialista, no Governo e na Assembleia da República, não lhes

vai falhar.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Eurídice Pereira, para quem começa a falar acusando os outros de serem previsíveis, digamos que a sua pergunta não surpreendeu

ninguém.

Risos de Deputados do PSD.

Ora, o que observamos, da parte de quem refere e qualifica este Orçamento como «mais do que possível»,

é que tudo é relativo e depende da perspetiva. Para os grandes grupos económicos, que passam a poder, sem

limite, reportar prejuízos fiscais e ganhar borlas fiscais como nunca ganharam, naturalmente que este

Orçamento é mais do que o possível!

Para os 9,7 mil milhões de euros de contratação externa a privados para o Serviço Nacional de Saúde, os

grupos económicos da doença de certeza que acham que este é um Orçamento mais do que o possível!

Mas para os trabalhadores, os reformados, os jovens, que vão perder poder de compra, como assumido pelo

próprio Governo neste mesmo debate, este Orçamento não é o possível, é o que torna uma vida ainda mais

impossível!

A Sr.ª Deputada, pelos vistos, já se esqueceu da aprovação do Orçamento para este ano de 2022. Não foi

há um ano nem há dois, foi em final de maio! Já havia guerra, já havia sanções, já tinha havido COVID e, nessa

altura, os senhores disseram e repetiram que a inflação era «conjuntural e transitória». Vai daí, aprovaram

aquela vergonha dos 0,9% de aumento!

E não ouviu o Sr. Primeiro-Ministro, ainda agora, reconhecer que «houve uma perda brutal de poder de

compra, agora sim»? Então, vai daí, e continuam a aumentar os salários e as pensões abaixo da inflação?! Até

os escalões do IRS são atualizados abaixo da inflação! E vem dizer que este é um «Orçamento mais do que o

possível»?!

Tenha prudência — recomendo eu — quando fala em calculismo político sobre o que se passou há um ano,

porque bem nos lembramos que no dia seguinte ao Presidente da República ter dito que se não houvesse

Orçamento haveria eleições, deixou de haver resposta por parte do Governo a qualquer proposta que o PCP

apresentasse!

O Sr. João Dias (PCP): — Essa é que é essa!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Aí deixou de haver conversa! Não tente reescrever a história, porque ainda nos lembramos bem!

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