I SÉRIE — NÚMERO 14
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O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Eurico Brilhante Dias, a oposição à nossa direita
está bastante perplexa e sem saber o que dizer.
Vozes do PSD: — Ah!
O Sr. Primeiro-Ministro: — E já disseram um bocadinho de tudo. Já disseram que o Orçamento era «pipi»,
«bem apresentadinho» e «betinho», já disseram que eu sou luso-comunista…
Risos do PS.
… e a Iniciativa Liberal até conseguiu descobrir que eu tinha três mãos.
Vozes do CH: — Eh lá!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas, se contarem bem, podem ver que há algum exagero. Eu só tenho mesmo
duas mãos.
O Sr. André Ventura (CH): — Dava jeito!
O Sr. Rui Rocha (IL): — Tem uma mão invisível!
O Sr. Primeiro-Ministro: — E isto é, de facto, o resultado da falência sucessiva das linhas de demarcação
que a direita tem querido estabelecer com o Partido Socialista.
A primeira linha de demarcação — que foi repetida à saciedade, até eles próprios se esgotarem, cansados
— foi que o Partido Socialista não sabia ser um bom gestor das contas públicas e só a direita era boa gestora
das contas públicas.
O Sr. António Cunha (PSD): — Não foi essa a questão!
O Sr. Primeiro-Ministro: — A história já o desmentia, mas os últimos oito anos têm demonstrado
absolutamente o inverso: a nossa política orçamental tem funcionado bem;…
O Sr. André Ventura (CH): — Muito bem!…
O Sr. Primeiro-Ministro: — … o País cresceu, em média, por ano, 10 vezes mais do que tinha crescido, em
média, nos 15 anos anteriores;…
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Também não é difícil!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … temos o máximo de emprego que alguma vez tivemos; os rendimentos têm
aumentado; Portugal tem convergido com a União Europeia, como não convergia desde o início deste século; e
— tragédia das tragédias para a direita —, apesar disto tudo, a verdade é que temos tido as contas públicas
cada vez mais equilibradas, com um saldo positivo em 2019, um saldo positivo este ano, um saldo positivo
previsto para o próximo ano e uma redução sustentada da dívida pública, de forma a proteger o futuro dos
portugueses.
Aplausos do PS.
Portanto, quanto à grande esperança da direita, que era a de que os socialistas iam conduzir o País para o
inferno,…