2 DE NOVEMBRO DE 2023
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O Sr. Presidente: — Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, muito bom dia. Estamos em condições de iniciar os nossos trabalhos.
Está aberta a sessão. Eram 10 horas e 7 minutos. Peço aos Srs. Agentes da autoridade o favor de abrirem as galerias ao público. Muito obrigado. Temos mais de 6 horas de debate à nossa frente até às votações. Portanto, a minha sugestão prática, para
que todos nos possamos organizar, é que levemos a sessão da manhã até por volta da 13 horas e 30 minutos, retomemos os nossos trabalhos às 15 horas, sendo a minha previsão de que as votações ocorram depois das 18 horas.
Vamos, pois, prosseguir com a apreciação, na generalidade, da Proposta de Lei n.º 109/XV/2.ª (GOV) — Aprova o Orçamento do Estado para 2024.
Para reiniciar os trabalhos, com uma intervenção em nome do Governo, tem a palavra o Sr. Ministro das Finanças, Fernando Medina.
O Sr. Ministro das Finanças (Fernando Medina): — Sr. Presidente da Assembleia da República, Sr.as e
Srs. Deputados: Mais rendimentos, mais investimento, melhor futuro. Estas são as escolhas do Orçamento do Estado para 2024.
Mais rendimentos para as famílias porque é essencial aumentar o poder de compra e porque, à queda da procura externa, devemos contrapor o reforço da procura interna.
Mais investimento porque o presente e o futuro do País assim o exigem e porque investir hoje reforça a economia e o emprego, quando do exterior os ventos sopram contra.
Melhor futuro porque é nossa responsabilidade assegurar uma sociedade digna e uma economia competitiva para as atuais e futuras gerações, porque os atos de hoje não devem, não podem deixar para trás a nossa responsabilidade para com os jovens e as gerações que lhes sucederão.
Mais rendimentos, mais investimento, melhor futuro: este é o Orçamento de que o País precisa. Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Orçamento do Estado reforça, efetivamente, os rendimentos das
famílias. Entre redução de impostos, aumento de salários e pensões e reforço das prestações sociais, este Orçamento aumenta o rendimento das famílias em 5 mil milhões de euros, de forma permanente e num só ano.
Aplausos do PS. Ao contrário do que dizem as oposições, as medidas de reforço de rendimentos superam, em muito, a
variação nos impostos indiretos. O saldo líquido das medidas de aumento de rendimentos das famílias tem pouco ou nenhum precedente. Repito, 5 mil milhões de euros, ou seja, cerca de 500 € por residente. Desce o IRS (imposto sobre o rendimento das pessoas singulares) em mais de 1700 milhões de euros, através da redução das taxas, da atualização dos escalões, do reforço do mínimo de existência, do alargamento IRS Jovem ou do aumento das deduções das despesas com arrendamento. Aumenta o salário mínimo nacional para 820 €, o que significa mais 60 € mensais para estes trabalhadores. São 840 € a mais por ano.
Aplausos do PS. Aumenta o salário dos funcionários públicos em, pelo menos, 52 €/mês, aos quais se somam os efeitos das
progressões, num acréscimo total de cerca de 1500 milhões de euros. Aumentam as pensões em 2200 milhões de euros, assegurando a recuperação do poder de compra dos pensionistas. Aumentam as demais prestações sociais em 800 milhões de euros, com destaque para o abono de família, para o complemento solidário para idosos ou para o rendimento social de inserção, apoiando quem mais precisa.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Muito bem!