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I SÉRIE — NÚMERO 19

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E vemos com perplexidade que, em vez de atribuir 2 % do PIB à área da defesa, o Orçamento do Estado para 2024 continua a fugir a estas obrigações que assumimos com os nossos parceiros, mas que não cumprimos. E desse incumprimento resulta uma Marinha quase sem navios e desfalcada de meios humanos; resulta um Exército sem praças e sem reservas, logísticas e materiais; resulta uma Força Aérea que vê diminuir a sua capacidade com a migração para os privados do seu pessoal qualificado, técnicos e pilotos.

Se a União Europeia e a nossa própria sobrevivência como Nação precisarem das Forças Armadas portuguesas, os militares lá irão — como sempre foram, aliás, para cumprir a sua missão —, mas poucos, mal preparados e mal armados.

Parece-me que quem nos governa e continua a menosprezar as Forças Armadas ou não sabe a história do seu País ou nada aprendeu.

Aplausos do CH. O Sr. Presidente (Adão Silva): — Para uma intervenção pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista, tem

a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Alves Moreira. A Sr.ª Isabel Alves Moreira (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo,

Sr.as e Srs. Deputados: A maior parte das pessoas, ao longo da vida, não entra num tribunal. É normal: não teve, não tem, nem terá de interagir com a justiça. Ainda assim, há uma perceção induzida pelo sensacionalismo e pelo populismo do que é a justiça, muito longe do que a realidade nos mostra, com factos e números.

Importa recordar, em primeiro lugar, e citando o Tribunal Constitucional, que «[…] o direito fundamental de acesso aos tribunais que dele emana é uma das dimensões distintivas do Estado de direito democrático na nossa ordem constitucional. Neste quadro […] destacam-se, por um lado, o direito de ação […] e, por outro lado, o direito ao processo justo […] Para além disto, é claro que o direito de acesso aos tribunais tem, nas suas várias dimensões, uma vertente prestacional […]» e «[…] no que respeita à concretização, por via legislativa, […] assume uma função garantística, ao assegurar que ninguém pode ser privado de aceder à justiça seja qual for a sua condição económica […]».

Este Orçamento do Estado segue esta concretização: o orçamento para a justiça é o maior de sempre. O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Muito bem! A Sr.ª Isabel Alves Moreira (PS): — O Governo mantém o compromisso de assegurar uma justiça mais

eficiente e célere e isso é defender a justiça do Estado de direito, continuar a combater a nova criminalidade e corrupção…

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Vem falar em corrupção?! A Sr.ª Isabel Alves Moreira (PS): — … e reforçar a aposta nos recursos humanos, entre outras. A aposta em modernizar ainda mais o sistema judicial é concretizar o direito fundamental, tão densificado

pelo Tribunal Constitucional. Do ponto de vista prestacional, o Governo requalifica e moderniza o parque judiciário e demais

infraestruturas e equipamentos da justiça. Ainda deste ponto de vista, há um claro reforço e capacitação de recursos humanos.

Direito ao direito é também a aposta em nova tecnologia, é simplificação, como no financiamento de 266,9 milhões de euros no PRR para a transição digital, em 1 de novembro de 2023.

Aplausos do PS. Quanto à função garantística, há uma melhoria do acesso ao direito e à justiça, com destaque para o

pedido de apoio judiciário eletrónico e para a aposta na autonomização, para aumentar a eficiência e melhorar a resposta dos serviços.