I SÉRIE — NÚMERO 19
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Desde a primeira hora, o PSD manifestou a sua discordância quanto ao processo de extinção do SEF. Sucederam-se diversos diplomas, sucessivos adiamentos que denunciavam, desde o início, um desnorte deste Governo e a sua incapacidade para concretizar esta extinção.
O processo foi tudo menos sereno e caracterizou-se pela demora, pela incerteza, por avanços e recuos. Em suma, três anos de angústia. Reforço: foram três anos de angústia!
Aplausos do PSD. O SEF sempre foi um pilar fundamental na manutenção da segurança e controlo das fronteiras. Tínhamos
uma equipa coordenada, com conhecimento especializado e décadas de experiência prática. O SEF garantia eficácia na vigilância e proteção do nosso País contra possíveis ameaças. Porquê trocar
tudo isto por uma entidade incerta? Porquê trocar aquilo que é o saber acumulado nesta área, as especificidades das rotas de imigração, a preocupação do ser humano que tem de presidir ao funcionamento de qualquer força de segurança, como sucedia com o SEF?
Aplausos do PSD.Protestos do PS. E, do ponto de vista da lógica operativa e funcional das decisões, ninguém consegue compreender a
repartição do saber e das competências científicas e empíricas de uma unidade especializada por tantas entidades. É contra todas as boas práticas de gestão de recursos.
Em suma, ninguém percebe quais as vantagens que o processo vai ter. Sr. Primeiro-Ministro, não é o PSD que o diz, estamos a relatar o que dizem aqueles que estão no terreno e que sentem, todos os dias, que estão a perder a corrida contra o tempo devido às dúvidas e às incertezas na tomada de decisões.
Só nos últimos dias, as notícias foram muitas, e são, também elas, preocupantes. Passo a relatar: «Sindicato dos Inspetores preocupado com falta de definição de competências dos profissionais»; «Sindicatos criticam falta de informação na operacionalidade da transferência de competências»; «Agência para as migrações, que terá de responder aos pedidos de asilo de refugiados e de autorização de residência de imigrantes, estava…» — veja-se! — «… sem estatutos um dia antes de entrar em funções»; «Fronteiras terão “excesso” de inspetores»; «PSP com “dupla capacitação” nos aeroportos»; «Efetivo é insuficiente para segurança dos aeroportos»; «Extinção do SEF deixa à nova agência para as migrações mais de 300 000 vistos de residência por decidir»; e esta, mais recente, que diz que «agência que substitui SEF quer legalizar 600 000 imigrantes até finais de março».
Sr.as Deputadas, Srs. Deputados, estamos a falar de mais de 6 % da população portuguesa, e pergunto: com que critério? Com que objetivo? Será este acolhimento feito de uma forma digna?
O PSD não abdica de que Portugal seja um país atrativo, mas, sublinho, onde a dignidade da pessoa humana e a segurança estejam sempre acima de tudo.
O Sr. João Moura (PSD): — Muito bem! A Sr.ª Andreia Neto (PSD): — Sr.as e Srs. Deputados, é importante garantir que a nossa segurança não é
comprometida e que continuaremos a ser um exemplo de eficácia na gestão das nossas fronteiras. Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Ministros, perante todo este caos instalado, constatamos o otimismo do Ministro
da Administração Interna e a calma e tranquilidade da Ministra dos Assuntos Parlamentares. Está tudo inexplicavelmente atrasado e muitas dúvidas subsistem. Mais uma vez, alguém falhou: foi o
Governo do Partido Socialista. Aplausos do PSD. O Sr. Pedro Pinto (CH): — Como sempre!