2 DE DEZEMBRO DE 2023
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Protestos do Deputado do PS Porfírio Silva. Naquele tempo, a consolidação do regime e a transformação social e económica de Portugal, em processo
de integração na CEE (Comunidade Económica Europeia), exigiam Governos e governantes inquestionavelmente competentes, honestos e corajosos, convocados nas organizações da sociedade civil e nas universidades.
Sim, já foi possível convocar dos melhores do País para a tarefa hercúlea de transformar Portugal, mas hoje no PS parece que não.
O PS optou, uma vez mais, por procrastinar, repristinando normas que revogou. Como sempre, o PS decidiu fazer o mais fácil, escolher o menos mau, dentro do seu pior.
Quanto ao Chega, já sabemos: a Constituição, o cumprimento e a ponderação de princípios constitucionais são um mero pormenor. Com ou sem pele de cordeiro, mantém-se coerente na incoerência de estar neste regime como um escorpião nas costas de um sapo.
Aplausos do PSD. Está na sua natureza estar formalmente dentro deste regime constitucional, tentando envenená-lo, na
esperança de que vá ao fundo. A sua proposta é simplista,… O Sr. Pedro Pinto (CH): — Nem leste! O Sr. Rui Cruz (PSD): — … inútil e ineficaz para os objetivos que pretende alcançar, porque, no regresso ao
exercício de funções por ex-titulares de cargos públicos e políticos, nem todos estão em pé de igualdade. Há quem — inúmeros profissionais liberais — que, na inevitável e aconselhável exclusividade do exercício do cargo, tenha deixado tudo durante anos e que depois regressa para lugar nenhum. O cuidado a ter com a sua reintegração na vida profissional exige uma ponderação e uma proporcionalidade que um partido e uma proposta decentes teriam de considerar quando se ampliam prazos e impedimentos e, com isso, se restringem e comprimem direitos fundamentais.
Mas o Chega ainda não chegou aí. Neste intuito persecutório e repentista, não há resposta para alguns dos casos mais esdrúxulos desta Legislatura.
Protestos do Deputado do CH Pedro Pinto. Como se impede alguém de gerir um instituto privado, objeto social difuso, propriedade exclusiva de uma
sociedade, que representa interesses de outra sociedade, que atua no setor da energia que o mesmo tutelou? Como se impede alguém de prestar serviços médicos como mero trabalhador numa empresa privada de saúde, que contratou a prestação desses serviços com um centro hospitalar do SNS, a prestação desses serviços do setor que outrora tutelou? Por fim, como se define quem ataca a proposta anterior quando prevê um regime idêntico, o direito ao regresso ao lugar de origem, na proposta que agora apresenta?
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Não leu! O Sr. Rui Cruz (PSD): — Populismo fácil, fútil e inútil: ao Chega assenta-lhe bem! Aplausos do PSD. O Sr. Presidente: — Para encerrar o debate, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, do PS. Pausa. O PS tem o direito de encerrar o debate, se quiser. Tem até 2 minutos adicionais para o efeito.