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2 DE DEZEMBRO DE 2023

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Sendo assim, fica prejudicada a votação final global deste projeto de lei. O período de votações termina agora porque o PAN pediu o adiamento da votação do Projeto de Lei

n.º 826/XV/1.ª (PAN) — Reforça o direito de voto antecipado e em mobilidade no âmbito das eleições para o Parlamento Europeu, em especial das pessoas com deficiência ou incapacidade, alterando a Lei n.º 14/87, de 29 de abril, e aprovando um regime excecional aplicável à eleição ao Parlamento Europeu de 20214, que se seguia no guião de votações.

Temos, então, várias declarações de voto orais. Pausa. Srs. Deputados, começamos pelas declarações de voto orais relativas à Proposta de Lei n.º 89/XV/1.ª (GOV),

estando inscritas as Sr.as Deputadas Rita Matias, do Chega, e Cláudia Santos, do PS. Tem então a palavra a Sr.ª Deputada Rita Matias. A Sr.ª Rita Matias (CH): — Sr. Presidente de algumas bancadas, Srs. Deputados, este ano, a população

portuguesa ficou bastante abalada e alarmada com os dados sobre abusos sexuais de menores. Sempre que as propostas do Chega sobre esta temática eram chumbadas nesta Casa, havia uma promessa

de avançarmos nestas matérias. Foi então que, em maio deste ano, o Governo apresentou a famosa Proposta de Lei n.º 89/XV/1.ª, dizendo que queria transcrever uma diretiva europeia de combate aos abusos sexuais e à pornografia infantil, adicionando-lhe o tema da criminalização de uso indevido de receitas da União Europeia e umas nuances sobre discurso de ódio.

Era uma proposta insuficiente, quer no combate à fraude quer na proteção das vítimas de abuso, mas eram pequenos passos, e o Chega, que sempre fez um combate acérrimo nestas matérias, estava disposto a melhorar esta proposta em sede de Comissão. Porém, o Partido Socialista não quis ser sério neste debate e usou o drama das vítimas de abusos para fazer avançar a censura e o «lápis azul», à boa moda socialista.

Aplausos do CH. Quando perceberam que a Assembleia ia ser dissolvida — e antes que o povo se pudesse pronunciar,

escolhendo um novo Governo, provavelmente com novos rostos e novas cores políticas —, o Partido Socialista agendou esta discussão e, 24 horas antes da mesma, pela calada, propôs uma alteração que queria criminalizar a divergência ideológica e política.

O Sr. André Ventura (CH): — Muito bem! A Sr.ª Rita Matias (CH): — Nessa proposta, podia ler-se que a divergência que fosse considerada

incitamento à discriminação — em função da raça, em função da etnia, em função da identidade ou expressão de género ou por convicções políticas ou ideológicas — ou, até, atribuição de culpas coletivas seria crime.

O Sr. André Ventura (CH): — Uma vergonha! A Sr.ª Rita Matias (CH): — Mais, queriam incluir também a comunicação social nesta censura. Trocado por miúdos, é preciso dizer aos portugueses que frases como «o comunismo matou milhões de

pessoas», «a comunidade cigana não pode viver à margem da lei» — aludindo, por exemplo, ao casamento infantil — ou «um homem que nasce homem nunca poderá ser uma mulher […]»…

O Sr. Bruno Nunes (CH): — Muito bem! A Sr.ª Rita Matias (CH): — … «[…] e, por isso, não pode competir comigo no desporto, não pode ser Miss

Portugal e não pode vir à casa de banho comigo», frases como estas seriam consideradas crime. O Sr. Pedro Pinto (CH): — Exatamente!