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15 DE DEZEMBRO DE 2023

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Apesar desta subida, temos hoje mais 600 000 pessoas sem médico de família, mais 38 000 doentes em lista de espera e mais urgências fechadas por todo o País. Atirou-se dinheiro para cima do problema, o dinheiro desapareceu e o problema ficou pior.

Em 2015, o setor da educação já tinha problemas. Desde aí, a despesa com os ensinos básico e secundário subiu mais de 1000 milhões de euros. Apesar desta subida, os alunos tiveram os piores resultados nos testes internacionais desde 2006 e milhares continuam sem professores a várias disciplinas. Atirou-se dinheiro para cima do problema, o dinheiro desapareceu e o problema ficou pior.

Mas não foi só na educação e na saúde. O Estado português gasta hoje mais 30 mil milhões de euros, 3000 € por pessoa, mas os problemas com os serviços públicos continuam praticamente iguais ou piores.

Quando se atira dinheiro para cima de um problema, um dos dois desaparece. O Sr. Joaquim Miranda Sarmento (PSD): — Essa frase é minha! O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Infelizmente, com o PS, nunca é o problema, só desaparece o

dinheiro, porque a verdadeira causa dos problemas com os serviços públicos não é falta de dinheiro, mas sim má gestão, incompetência, favorecimentos, nepotismo: é tudo isso que anda a atrasar o País há mais de 25 anos.

Aplausos da IL. O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra o Sr.

Deputado Miguel Santos. O Sr. Miguel Santos (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A situação do acesso a cuidados de

saúde em Portugal não pode continuar assim. Se é para ficar tudo na mesma, pode o Partido Socialista continuar a propalar a doutrina contorcionista, como faz há décadas, que trouxe o País a este ponto deplorável: mais de 1 milhão e 700 mil portugueses sem médico de família, portugueses sem assistência em caso de urgência, cirurgias ou tratamentos médicos com listas de espera infindáveis.

O que fazem os portugueses? Metade paga seguros de saúde, tem ADSE (Instituto de Proteção e Assistência na Doença) ou outro subsistema; a outra metade sofre, porque o Partido Socialista colocou o País nesta situação precária. Governaram em 22 dos últimos 28 anos, governaram consecutivamente nos últimos oito anos e tudo o que sabem fazer é ter a mesma conversa inútil, alimentada por clichés, frases feitas e acusações aos Governos de salvação nacional liderados pelo PSD,…

Aplausos do PSD. … em contraponto com os Governos pantanosos, ruinosos e judicialmente questionados com que o PS tem

presenteado o País. O PS alimenta-se deste pântano, porque decorreram oito anos e o acesso a cuidados de saúde piorou, e

muito. Ouço os discursos, ainda hoje, as intervenções glorificando o Governo demissionário, e interrogo-me como conseguem produzir esse tipo de afirmações, quando a realidade que os portugueses vivem é completamente diferente.

O PS convive com a falta de transparência, o PS convive com a informalidade, convive com a confusão entre setores e, pior do que mau, convive com a falta de acesso de pessoas a médicos de família, a urgências, a cirurgias ou a tratamentos. Assistem impávidos e serenos a esta miséria, só se preocupando em arranjar pretextos e desculpas, em encobrir ou despachar as responsabilidades para tudo e para todos, desde que sejam os outros.

Mesmo no fim do reinado, a preocupação maior que revelam é a de, contornando o calendário eleitoral já fixado e a consequente nomeação precária de gestores públicos, inserirem uma norma avulsa no Orçamento para garantir que conseguem nomear para as unidades de saúde, antes das eleições, os seus apaniguados políticos. É o Partido Socialista a ser socialista.