I SÉRIE — NÚMERO 33
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O Sr. João Dias (PCP): — Tenha vergonha!
O Sr. André Coelho Lima (PSD): — … pelo PAN — tão criticado é — e pelo CDS na Legislatura anterior.
Rigorosamente igual, sem tirar nem pôr!
Aplausos do PSD.
É como aqueles miúdos que estão na escola sempre a espreitar por cima do outro, a ver se conseguem fazer
o teste à custa do próximo.
Mas mais: marca este debate de urgência — tema sério — para apresentar uma cópia de outros e, sobretudo,
para sobrepor a tática ao discurso ou ao debate da substância.
Na verdade, aquilo que o Chega queria era confrontar o Partido Socialista, ao debater uma proposta que já
tinha apresentado no mandato anterior. Devo dizer que é inacreditável ouvir agora a Sr.ª Deputada Rita Matias
a enaltecer o seu próprio projeto, e o desafio para quem sabe fazer edições de vídeos é pôr toda aquela
intervenção a defender a proposta que o Partido Socialista e o CDS apresentaram no mandato anterior.
É exatamente isso que está aqui em causa: um partido, hoje, a apresentar uma proposta de outro partido,
dizendo o mal daquilo que se fez antes. É isto o Chega! É exatamente isto o Chega! E é bom que as pessoas
saibam.
Aplausos do PSD.
Devo dizer que, agora que termina o ano civil — e hoje foi um dia que pareceu muito pouco de antevéspera
de Natal ou de quase véspera de Natal, mas enfim —, temos assistido a debates que cansam e que desgastam,
por um pingue-pongue permanente entre Partido Socialista e Chega. É algo que — aliás, aplaudimos aqui a
intervenção do Sr. Deputado Pedro Filipe Soares — o Bloco de Esquerda descobriu hoje. Descobriu a forma
como o Partido Socialista, sobrepondo a tática eleitoral, e aqui particularmente o Primeiro-Ministro, à defesa da
democracia, eleva o Chega à condição de principal adversário e depois chora lágrimas de crocodilo se
porventura se ocasiona o crescimento do Chega.
Aplausos do PSD.
E o Chega, num tom cada vez mais tonitruante, que se esforça por parecer crescido, com atitudes cada vez
mais infantis, como vimos hoje, todo dia, durante o debate neste Parlamento.
Aplausos do PSD.
Sr. Presidente, termino, porque o tempo já está a terminar e estamos a partir para o Natal, todos vamos para
o Natal, mas não sem antes deixar um voto para todos aqui presentes, particularmente para estes partidos, o
PS e o Chega.
Em primeiro lugar, estamos num período pré-eleitoral em que temos assistido a partidos a transfigurarem-se
a si próprios, temos assistido ao Partido Socialista a apresentar a proposta de pagar tudo aos professores, com
o mesmo protagonista que não quis pagar tudo aos professores, enquanto esteve nas soluções.
Aplausos do PSD.
Temos assistido ao Chega a ir buscar os seus temas, como a castração química, a pena de morte…
Protestos do CH.
… e agora as pensões, as pensões exatamente ao seu jeito, sem responsabilidade, sem contas certas, sem
trabalho, sem nada, e ambos os partidos, os dois, com um tom altamente confiante para as próximas eleições.
O PSD, que está na posição da moderação e da sensatez…