I SÉRIE — NÚMERO 33
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Aplausos do CH.
Protestos do PCP e do L.
Hoje assistimos ainda a uma outra desculpa fundamental: se estas propostas fossem aprovadas, a Operação
Influencer nunca teria acontecido.
O Sr. João Dias (PCP): — Era legalizada!
O Sr. André Ventura (CH): — Perdoando alguma ignorância de algumas partes, acho que todos
compreendemos a má-fé que aqui está presente. Srs. Deputados, vou citar, porque a minha memória não me
permite equacionar tudo: Alemanha, Áustria, França, Irlanda, Reino Unido, Polónia, Canadá, Montenegro,
Lituânia, Letónia, uma lista infindável que nos devia deixar corar de vergonha. Como é que quase toda a Europa
regulamentou o lobby e este Parlamento fica em silêncio, perante o tráfico de influências que mata Portugal e
mata a nossa democracia? Devia fazer-vos corar de vergonha, um a um, pelo que fazemos às nossas
instituições.
Aplausos do CH.
Protestos do PS e do PCP.
Não, Sr. Deputado, quando houve o caso dos submarinos, quem foi preso foi-o na Alemanha, cá em Portugal
ninguém o foi. E a Alemanha regulamenta o lobby, Portugal não regulamenta o lobby.
Protestos do PS, do PCP e do L.
Aí está uma grande diferença para podermos olhar de frente. Não, Srs. Deputados, a regulamentação do
lobby não mata o crime do tráfico de influências.
O Sr. João Dias (PCP): — O PSD faz isso!
O Sr. André Ventura (CH): — Deixem-me dar-vos uma novidade, que talvez possam ler logo à noite antes
de dormir: em todos estes países que citei, em que o lobby está regulamentado, o crime de tráfico de influências
não só existe como é muito mais penalizado do que em Portugal. Ganhem vergonha!
Aplausos do CH.
Ganhem por isso, para fazerem em Portugal o que tem de ser feito. Ganhem vergonha!
Aplausos do CH.
Protestos do PS, do PCP e do L.
«Portas giratórias», ouvimos aqui hoje. Srs. Deputados, tenho aqui mapas que não acabam, com nomes que
não são abstrações, são homens e mulheres que aqui estiveram sentados, ou que estiveram sentados num
banco do Governo a fazer legislação, e que hoje trabalham para a PT, ou para a EDP, ou para a Galp, ou para
tantas outras empresas.
Nós trouxemos a este Parlamento uma regra óbvia: quem faz legislação para o Governo e define negócios
para o Governo, nunca mais pode trabalhar para as empresas públicas…
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!