I SÉRIE — NÚMERO 35
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Vozes do PCP: — Exatamente! O Sr. Bruno Dias (PCP): — É exatamente aí que se nota a diferença entre um Partido Socialista que não
tem maioria absoluta e o Partido Socialista que, de repente, tem a faca e o queijo na mão para governar como entende.
Vozes do PSD: — Ah! O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — Ainda é pior! O Sr. Bruno Dias (PCP): — É nessa altura que se vê a diferença… Risos de Deputados do PSD. O Sr. Bruno Dias (PCP): — … porque, enquanto o senhor falava, estavam deste lado em apartes a dizer:
«E 2015? E 2015?» Pois, nós é que dizemos ao Partido Socialista: «Não são os senhores que devem voltar, é o Partido Socialista
que poderia voltar a 2015 e procurar entendimentos de outras políticas que agora recusa, com as forças todas que tem.»
Aplausos do PCP. Protestos do Deputado do PS Fernando José. O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — Mas vocês já foram todos amigos! O Sr. Bruno Dias (PCP): — Portanto, uma última nota para dizer que aqueles que falam em democracia e
defendem a democracia não querem, certamente, o regresso do roubo de salários e de reformas e a aprovação de Orçamentos inconstitucionais que são travados no Tribunal Constitucional, como foram os Orçamentos do PSD e do CDS. Isso não queremos, certamente.
Por outro lado, ao ouvir o Sr. Deputado Gilberto Anjos, não pude deixar de me lembrar, quando falava em apoios sociais e nos milhares de milhões de euros que foram dados aos portugueses nas dificuldades que enfrentaram, de um poema de Vinicius de Moraes que a dada altura dizia:…
O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — Olá! O Sr. Bruno Dias (PCP): — … «Via em tudo o que fazia / O lucro do seu patrão / E em coisa cada que via /
Misteriosamente havia / A marca da sua mão. / E o operário disse: “Não!” / “Loucura!”, diz o patrão / “Não vês o que te dou eu?” / “Mentira!”, disse o operário, / “Não podes dar-me o que é meu.”
O Sr. Bruno Nunes (CH): — Tantos anos de governação e olha para isto! Seis anos! O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — É a crise dos seis anos! O Sr. Bruno Dias (PCP): — Ora, quando o Sr. Deputado fala em 2,5 mil milhões de euros de apoios sociais
para o povo, isso não chega. Só nos primeiros nove meses deste ano passado, o lucro dos principais bancos deste País foi de mais de 3,3 mil milhões de euros.
Portanto, vemos que a estabilidade e a segurança que o senhor tanto quer ver nas capas dos jornais de um dia que há de vir,…
O Sr. Bruno Nunes (CH): — Capa, capa é a do Avante!