I SÉRIE — NÚMERO 38
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Sr. Deputado, o Hospital de Vila Franca, o Hospital de Cascais, exemplos de que, quando vocês querem pôr
a mão em tudo, para destruir tudo, quem perde não são os ricos — esses, Sr. Deputado, vão sempre a um sítio
qualquer orientar-se —, são outros.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Já percebemos que, sobre a ANA, não tens nada para dizer!
O Sr. André Ventura (CH): — Há aqueles que, na verdade, criticam tudo, mas, quando chega o momento,
lá estão no serviço privado a tentar ser atendidos,…
O Sr. Pedro Pinto (CH): — É verdade!
O Sr. André Ventura (CH): — … e temos vários exemplos, em várias bancadas, quando isso acontece.
E ainda digo mais, Sr. Deputado. Se fosse assim tão boa a gestão pública de tudo, hoje não tínhamos
acordado com mais uma triste notícia que podia ter o carimbo do PS. Eu vou-lhe ler, porque acho que isto diz
muito a quem nos está a ouvir. Fruto da vossa nacionalização compulsiva, milhares de doentes por todo o País,
nos novos hospitais, estão à espera de bombas de insulina de nova geração.
Que vergonha! Que vergonha! Que falta de carácter, de má gestão!
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Ó Sr. Deputado!…
O Sr. André Ventura (CH): — Tudo aquilo que é público, que os senhores defendem, gera precisamente o
contrário; gera a degradação e gera a destruição. Os senhores deviam pôr a mão na consciência quando falam
destes negócios.
Aplausos do CH.
Protestos do PS.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): ⎯ Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Oliveira.
O Sr. Hugo Oliveira (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, agradeço as questões que me foram colocadas
pelo Sr. Deputado André Ventura e pelo Sr. Deputado César Vasconcelos.
Sr. Deputado César Vasconcelos, vejo que o PSD agora questiona bastante sobre a Efacec. Esqueceram a
TAP! Esqueceram a TAP! E esqueceram a TAP pelas mesmas razões que, rapidamente, vão esquecer a Efacec,
porque, com a intervenção do Estado nesta empresa que é crucial para a nossa economia, com a boa gestão
que será lá implementada, essa empresa rapidamente passará a dar lucro.
Lembramo-nos bem, porque não passou muito tempo, de que plenário sim, plenário sim, cá vinha o
investimento do Estado na TAP. Porque é que não perguntou isso hoje? Porque é que não perguntou quando é
que os portugueses vão começar a receber o dinheiro que foi investido na TAP?
O Sr. André Ventura (CH): — Nós perguntámos!
O Sr. Hugo Oliveira (PS): — Porque no ano passado a empresa já deu 60 milhões de euros de lucro; prevê-
se que este ano dê cerca de 300 milhões de euros; e, nestes dois anos, já pagou de impostos mais de 600
milhões de euros.
Protestos do PSD.
Aquilo que o PSD nunca disse — mas nós todos vamos percebendo, porque esse silêncio ensurdecedor é o
que todos nós sabíamos — é o que queria mesmo para aquela empresa, que era meter lá os 3000 milhões de
euros, mas continuar com a gestão privada, continuar com o Sr. Neeleman a gerir a empresa com o dinheiro
nos bolsos dos portugueses. Era isso que vocês queriam e nem têm coragem de o dizer.