11 DE JANEIRO DE 2024
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A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Sr. Deputado, peço-lhe que conclua.
O Sr. Rui Tavares (L): — Concluo, Sr.ª Presidente.
Aliás, quando a Comissão Executiva dos CTT esteve em audição neste Parlamento, com grandes elogios
aos correios públicos espanhóis, diga-se de passagem, foi perguntado o que fazem os CTT hoje em dia —
«Digam numa palavra o que é que fazem». Não houve resposta, porque o que fazem é desde vender
raspadinhas, a ter um banco,…
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Muito obrigado, Sr. Deputado.
O Sr. Rui Tavares (L): — … a processar coleções de livros ou de porcelana.
Ainda bem — e com isto termino, Sr.ª Presidente — que, de facto, deve haver uma escolha no próximo dia
10 de março, e é entre serviços públicos que sejam públicos e que se entenda o que é que fazem ou serviços
que são privatizados e, depois, são uma mera etiqueta para fazer tudo e mais alguma coisa.
O Sr. Bruno Nunes (CH): — Nem tu percebeste o que disseste!
O Sr. Rui Tavares (L): — Tu é que não percebeste, de certeza!
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Oliveira, do
Grupo Parlamentar do PS.
O Sr. Hugo Oliveira (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Permitam-me começar esta intervenção
por responder ao Sr. Deputado da Iniciativa Liberal Carlos Guimarães Pinto, que referiu que uma das poucas
coisas em que Portugal estaria melhor do que Espanha seria nos serviços postais. Pois deixe-me, muito
rapidamente, dar-lhe três palavras: dívida, défice e segurança.
Aplausos do PS.
O Sr. Filipe Melo (CH): — Segurança?! Vai lá fora falar de segurança com os polícias que se estão a
manifestar!
O Sr. Hugo Oliveira (PS): — Como o Sr. Deputado do Chega está muito inquieto, vou acrescentar outra
expressão: taxa de desemprego.
Aplausos do PS.
Sr.as e Srs. Deputados, o debate que fazemos hoje, fixado pelo Chega, sobre o tema «Empresas públicas
intervencionadas, em especial nos CTT», é um debate que já todos percebemos que não pretende ser
esclarecedor, nem debater verdadeiramente o interesse público. Se assim fosse, o tema não seria «em especial
os CTT», mas, sim, «em especial a ANA», porque, perante um relatório do Tribunal de Contas, apresentado há
poucos dias, que diz que a privatização da ANA não salvaguardou o interesse público, não rentabilizou o encaixe
devido para o Estado e não salvaguardou a concorrência no setor aeroportuário, seria o que um partido que
verdadeiramente quer defender o interesse público traria a este Parlamento.
Aplausos do PS.
Mas, para quem o interesse público pouco interessa, o importante é debater casos e casinhos fabricados
com um único interesse, o eleitoral.