I SÉRIE — NÚMERO 38
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O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — Então e agora? Ah, dói, não dói?!
O Sr. Paulo Moniz (PSD): — Quando o PS se arroga defensor do interesse público, não o faz na prática. O
PS, no fundo, é defensor é de si mesmo e da garantia de estar no poder. O PS defende-se a si e aos seus,
pondo em último lugar os portugueses e a democracia.
O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — Muito bem!
O Sr. Paulo Moniz (PSD): — No dia 10 de março, porque não se pode enganar toda a gente toda a vida, os
portugueses vão dar-vos a resposta que vocês merecem.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Brás, do
Grupo Parlamentar do PS.
O Sr. Carlos Brás (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Chegámos a este debate porque alguns
partidos sensacionalistas definem as suas políticas com base nas parangonas que leem de manhã, à passagem
pelo quiosque, com base em notícias não confirmadas e recorrendo à Wikipedia.
Sr.as e Srs. Deputados, é preciso validar as fontes, é preciso confirmar as informações e é preciso recorrer a
informação fidedigna e de preferência oficial, antes de entrarem no frenesim de achincalharem as instituições e
os seus titulares.
A operação de aquisição era do conhecimento e da concordância dos respetivos ministros. Sim, a operação
tinha o parecer favorável da UTAM e, obviamente, a CMVM teve conhecimento da operação.
O que não seria sensato seria andar antecipadamente a apregoar a intenção de adquirir uma participação
nos CTT, porque, dessa forma, iríamos introduzir perturbação no mercado.
Mas a pedagogia não é a única razão válida para este debate, é também útil para esclarecermos algumas
posições públicas que têm sido assumidas recentemente sobre a privatização dos CTT e sobre a aquisição dos
famosos 0,24 % de participações pelo Estado.
Fala-se em ocultação, fala-se em conluio, com uma facilidade e uma superficialidade impressionantes.
A privatização foi um desastre pelo qual o PSD deveria pedir desculpa aos portugueses. Em 2013, com a
alienação de 70 % dos CTT e outras empresas do setor empresarial do Estado, o Governo de então já tinha
ultrapassado largamente o objetivo dos 5,5 mil milhões de euros do acordo de entendimento com a troica e iam
já em 8,1 %, mas não ficaram por aí. Prosseguiram, na sua obstinação ideológica, até aos 100 % de privatização.
Não se escondam atrás da troica, Srs. Deputados.
Em matéria de privatizações, o PSD é bem mais papista que o Papa. E não insistam no argumento do
Memorando, porque era preciso lê-lo com atenção e perceber que, no ponto 3.31 do respetivo Memorando, é
dito que o plano tem como objetivo uma antecipação de receitas até cerca de 5,5 mil milhões de euros, apenas
com alienação parcial prevista para todas as empresas de maior dimensão. É aqui que está a grande diferença:
é que vocês foram muito para lá do que era exigível e do que tinha sido acordado.
Aplausos do PS.
Sabem, Srs. Deputados, o que o Governo do PSD fez foi duplicar o valor privatizado, e privatizou na totalidade
os CTT, quando não era necessário. E privatizaram mal, porque privatizaram o cão, a casota e a trela. Foi tudo
de uma vez só.
Estamos a falar de uma instituição centenária e com uma rede capilar, que servia o País na sua totalidade,
todos os dias, e que apresenta hoje um serviço questionável e intermitente.
O País da baixa densidade que o diga: distribuição postal não diária; encerramento de estações e postos,
que só não foi mais longe porque, em muitas circunstâncias, as autarquias, fornecendo instalações e fornecendo