O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18 DE OUTUBRO DE 1978

2-(11)

pessoal de Agostinho Neto (que me honra com a sua estima) e que por três vezes estive em Angola (em missões de amizade ou de carácter político-partidário), logo houve, ao que me informam, santas almas a propalar que a «coisa» era comigo — e para me atingir...

Ora, o escrito do Sr. Fernando Barradas nem sequer tem o mérito da novidade. É a repetição, o decalque, de outras insinuações malévolas — indirectas, ambíguas, sofisticadas...— já por mim categoricamente desmentidas e tratadas como calúnias que são.

Claro que a reincidência, neste momento, leva a admitir que se insere na campanha movida contra o Partido Socialista e alguns dos seus elementos mais destacados e representativos, como, aliás, já foi salientado.

Mas isso é uma outra história que um dia será contada.

Por agora, e face ao que fica ponderado, proponho-me prestar dois breves e decisivos esclarecimentos:

Um, de ordem geral — ao garantir que, durante 1977 (ano visado no texto do Sr. Fernando Barradas), se não importou de Angola um grama ou um grão de café ...

Em Portugal não entrou, nessa época e vindo de Angola, ao menos o café necessário para uma chávena ou «bica» ...

Outro esclarecimento, de ordem pessoal — ao afirmar peremptoriamente que nunca recebi nem receberei um único centavo (sublinhe-se: um único centavo), a qualquer título, por qualquer modo, por qualquer negócio — de café ou do que queiram inventar.

...Mas, afinal, quem fez, como fez, quando se fez o tal negócio de café de Angola de milhões de contos?

Sublinhe-se: de milhões de contos!

Por outro lado, guarda-se silêncio sobre determinantes e resultados das minhas viagens a Luanda: o êxito dos contactos levados a cabo para o estabelecimento de relações diplomáticas, a nível de embaixada; a aceitação, em princípio, do descongelamento ou «desconfisco» de certos bens e valores de muitos dos nossos compatriotas, ainda fixados ou já ausentes de Angola; o repatriamento de angolanos e até o regresso de «retornados», segundo regras a definir e a concertar; a libertação de algumas dezenas de portugueses presos nas cadeias de Luanda, por razões políticas e outras, etc.

Sr. Director: entrego nas mãos de V. Ex.ª este «desforço», que mais é um acto de legítima defesa da honra e do bom nome de quem nada teme, porque nada deve — certo de que lhe será dado publicidade, nos termos e condições que são meu direito.

Apresento a V. Ex.ª os meus cumprimentos.

António Macedo

DOCUMENTO N.° 5

Lisboa, 11 de Outubro de 1978.

Ex.mo Sr. Director do Expresso:

No Expresso-Revista, de 30 de Setembro, e sob o título «O negócio de café desce ao banco da imprensa com o seu anjo-da-guarda» (a ocupar, para maior realce, quase toda a largura das pp. 18 e 19-R), foi transcrito, reproduzido (por fotogravura) e largamente comentado um texto da autoria do jornalista Fernando Barradas, que o jornal O Comércio do Porto publicara na sua edição do dia 24.

Afora o mais que decorre do carácter e propósitos da vinculação do Expresso à matéria desse texto — com as incidências e implicações que agora e aqui me abstenho de apreciar—, julgo de meu direito remeter a V. Ex.°, para efeitos de publicação, no próximo número do seu semanário, uma fotocópia da carta que enderecei ao director de O Comércio do Porto, acerca da notícia que serviu de base e suporte ao escrito do Expresso— e que, repito, a transcreveu, reproduziu e comentou, dando-lhe, deste modo, maior divulgação e projecção pública.

Agadecido, apresento a V. Ex.ª os meus cumprimentos.

António Macedo

DOCUMENTO N.° 6

Porto, 16 de Outubro de 1978.

Ex.mo Sr. Nuno Rocha, do jornal o Tempo:

Na galeria «Pessoas», de o Tempo, de 28 de Setembro, com chamamento do público leitor para a rubrica «António Macedo», informa-se que «um matutino portuense (leia-se O Comércio do Porto) acusava António Macedo de responsável por chorudo negócio de café, cujos custos são suportados pelos Portugueses».

Posto que no dito matutino não tivesse sido feita a menor referência ao meu nome (nem sequer ao cargo de presidente do Partido Socialista), como também se não escrevesse que eu fora «responsável por chorudo negócio de café, cujos custos são suportados pelos Portugueses», entendeu o Tempo, para os fins que teve por convenientes, redigir pelo modo como o fez a notícia inserta na sua galeria.

Para além da reserva que faço de reagir contra a distorção, o carácter e propósitos do texto publicado em o Tempo, é de meu direito remeter a V. Ex.ª, para efeitos de publicação no próximo número do seu semanário, uma fotocópia da carta que enderecei ao director de O Comércio do Porto acerca da notícia de que o Tempo se fez eco, com o realce e caracterização a que alude.

Apresento a V. Ex.ª os meus cumprimentos.

António Macedo