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11 DE MARÇO DE 1981

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mentar a sua capacidade de gerir em circunstâncias profundamente adversas e em condições incertas e rapidamente mutáveis, quer de mercado quer de enquadramento social e político. Estes acontecimentos terão provocado uma transformação da própria mentalidade dos gestores e uma modernização do espírito de empresa.

3.4.2 — Cenários de evolução 1981-1984 I — Hipótese base

O cenário base, que se retém como aproximação às Grandes Opções e Objectivos do Plano e tendo em conta as condições envolventes, corresponde a um crescimento do produto de 5 % por ano, uma expansão do investimento à taxa média de 8 %, uma gradual e sucessiva desaceleração da inflação (dando 13,5 % em média no período dos quatro anos) e um decréscimo da taxa de desemprego para cerca de 6% da população activa em 1984. Por outro lado, pretende-se que em 1984 a estrutura produtiva do País tenha sofrido uma modificação tal que permita um crescimento menos dependente do exterior nos anos seguintes. Estes objectivos irão, porém, determinar a ocorrência de défices crescentes na balança de transacções correntes até 1984, fundamentalmente pelas razões seguintes:

Elevada elasticidade das importações relativamente ao produto (implicando um esforço adicional de importações, quer de matérias--primas e produtos intermédios para alimentar o crescimento geral da economia, quer de bens de equipamento necessários ao forte acréscimo do investimento e à modernização da estrutura produtiva);

Ambiente internacional desfavorável (prejudicando um crescimento muito elevado das exportações e afectando negativamente as remessas dos emigrantes);

Provável perda das razões de troca (em resultado predominantemente da elevação dos preços do petróleo).

Torna-se assim indispensável assegurar uma gestão cuidada das reservas de divisas e a elaboração de um plano de financiamento externo a médio prazo, de modo a ser atingido o conveniente equilíbrio das diversas formas de financiamento do défice: ajuda extema, crédito externo e investimento directo estrangeiro.

O cenário base pressupõe a recuperação do investimento privado para uma taxa média de crescimento de cerca de 9 % ao ano e a realização de um programa de investimentos do sector público empresarial que se traduz num crescimento médio de 7,3% ao ano. Este crescimento relativamente rápido do investimento produtivo é possível porque os níveis recentes têm sido demasiado baixos (a taxa de investimento produtivo em percentagem do PIB foi inferior em 1974-1979 à do período 1970-1973); e é indispensável para desenvolver alguns sectores modernos diversificar a nossa estrutura de exportação, substituir algumas importações e preencher certos vazios nas relações interindustriais. Dois sectores a merecer referência especial são os da agricultura e indústrias extractivas, que exploram recursos naturais e deverão ver aumentado o seu investimento, embora os resultados não sejam, na generalidade, sensíveis antes da segunda metade da década.

O investimento em habitação e infra-estruturas sociais deverá crescer a uma taxa de 8% ao ano, induzindo assim uma procura substancial do sector da construção civil, com os inerentes efeitos multiplicadores.

O investimento será, pois, o factor fundamental do crescimento, não só como criador de capacidade produtiva, mas também como gerador de procura.

QUADRO LII Despesa interna

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(a) Hipótese base.

Nota. — Por exigências de informação estatística as taxas de crescimento em volume foram calculadas a preços de 1974. Fonte: DCP.