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II SÉRIE — NÚMERO 32

da queda das taxas de juro nos mercados internacionais), deverá conduzir a uma balança de transacções correntes mais ou menos equilibrada, apesar do modesto comportamento das remessas de emigrantes (*) (ver os quadros das páginas seguintes).

A poupança privada conheceu em 1985 um acréscimo real significativo, assente num pequeno reforço

(°) No momento da redacção deste documento são, naturalmente, ainda desconhecidos os resultados finais da economia portuguesa em 1985. A dificuldade de produção de estimativas surge aumentada pelo facto de a parte final do ano poder corresponder a viragens significativas no comportamento de algumas variáveis. Por isso, as estimativas constantes dos quadros seguintes constituem ainda uma hipótese de trabalho plausível, indispensável à construção das projecções para 1986 mas que, a sofrer correcções significativas, implicará obviamente ajustamentos nestas últimas, embora sem prejuízo das tendências fundamentais.

da taxa de poupança dos particulares —a que não será alheia a desaceleração da inflação— e num maior excedente gerado pelas empresas privadas, embora com um contributo real negativo das remessas dos emigrantes.

Em contrapartida, o sector público administrativo apresentou um défice significativamente mais elevado que o previsto inioialmente: o défice efectivo em 1985 situar-se-á em cerca de 460 milhões de contos, o que representa mais de 13 % do PIB (contra 10 % do orçamento inicial).

O agravamento verificado decorre de uma perda importante de receitas apenas, parcialmente compensada por uma economia de algumas despesas e da realização de despesas inicialmente não orçamentadas. Daí que a poupança corrente negativa tenha assumido um valor muito elevado, ascendendo a 7,5 % do PIB.

Despesa final

(Ml (toes do contos)

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Balança de transacções correntes Preços correntes

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Estes comportamentos da poupança interna traduziram-se naturalmente na evolução das principais variáveis monetárias. A procura de moeda atingiu o final do ano com ritmos de crescimento significativamente positivos em termos reais. O que, do lado do Ml, deverá ser entendido como resultado do aumento do nível de actividade, da redução do custo de detenção

da moeda (via taxa de inflação e taxa de juro) e ainda da maior estabilidade cambial do escudo, com o consequente desincentivo das aplicações em moeda estrangeira. Do lado das empresas, estes factores adicionados ao comportamento recessivo do investimento terão determinado a acumulação de liquidez e contribuído assim para, um crescimento global dos depósitos à ordem que permitirá, pela primeira vez nos últimos anos, uma melhoria (em final de ano) do ratio depósitos à ordem/depósitos a prazo, com consequências positivas nas condições de exploração da banca. Isto apesair de os depósitos a prazo terem continuado a constituir a principal forma de aplicação da poupança dos particulares, o que lhes garantiu uma taxa de crescimento real elevada, assente não só no referido incremento real da poupança mas também nos comportamentos referidos da inflação e da taxa de câmbio. Há, no entanto, uma importante modificação qualitativa no domínio da aplicação da poupança, decorrente da adopção de uma nova forma de financiamento do sector público: os bilhetes do Tesouro. Estes títulos de curto prazo —e também algumas emissões de títulos de médio prazo (FIP) — permitiram uma atenuação do crescimento dos depósitos a prazo de resi-