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II SÉRIE-A — NÚMERO 12

pressões inflacionistas e se verificassem reduções no ritmo de crescimento dos preços da ordem de um ponto percentual.

O conjunto dos países em vias de desenvolvimento (excluindo os da Europa de Leste e da ex-URSS) apresentou um bom ritmo de crescimento, o qual acelerou de 3.2% em 1991 para 6.2% em 1992. Os países do Sudoeste Asiático (6,9%) e os do Próximo Oriente e Europa (9.9%). foram responsáveis por esta aceleração. Neste último agrupamento, em que os Países do Próximo Oriente se encontram em processo de reconstrução após o fim da Guerra do Golfo, a aceleração do crescimento económico foi acompanhada de acentuadas pressões inflacionistas (22% em 1991 e 16,4% em 1992). As economias dos países da Europa de Leste e da ex-URSS atravessaram em 1990/92 um período de crise profunda, traduzida em quedas do produto que ultrapassaram 25%, devido às grandes transformações que estão a ocorrer nos sistemas económicos. Essas transformações, que também atingiram profundamente os sistemas de preços, levaram a taxas de inflação que atingiram 1300% no caso da ex-URSS.

114. As últimas previsões do Fundo Monetário Internacional apontam no sentido de uma recuperação gradual do crescimento mundial, esperando-se atingir nfveis satisfatórios de desempenho já em 1993. A taxa de expansão da actividade económica é superior a 3 por cento no próximo ano, isto é, 2 pontos percentuais acima do projectado para 1992. Como resultado, em 1993, o comércio mundial deverá crescer, em volume, a uma taxa em torno dos 7%, contra cerca de 2,4% em 1991 e uma estimativa de 4,4% para 1992.

Contudo, trata-se de um cenário ainda com alguma incerteza, já que as perspectivas de outras organizações internacionais e comunitárias são mais pessimistas.

De acordo com o FMI o ritmo de crescimento das economias dos países industrializados acelerará cerca de 1 1/4% face a 1992 situando-se em cerca de 3%, enquanto os países em vias de desenvolvimento manterão o crescimento verificado no corrente ano (6,2%). Nos EUA o crescimento da economia — mais 1 1/4 pontos percentuais do que o verificado em 1992 — processar-se-á sem tensões inflacionistas acrescidas, já que os preços crescerão ao mesmo ritmo de 1992, prevendo-se ainda uma redução da taxa de desemprego de 7,5% para 7,1%, enquanto que na Comunidade Europeia a ligeira aceleração do crescimento económico (1/2 ponto percentual) será acompanhada da subida da taxa de desemprego de 9,6% para 10% e de nova desaceleração do crescimento dos preços.

Estas perspectivas para 1993 deverão necessariamente ser encaradas com prudência, acreditando na capacidade de os diversos intervenientes na economia internacional — instituições, mercados e países — superarem as incertezas e dificuldades. É de admitir que ultrapassados os factores de incerteza as diversas economias encetem um processo consistente e sustentado de recuperação, ainda que agora num contexto de expectativas menos favorável.

Evolução recente e perspectivas de curto prazo_

115. Portugal é uma pequena economia aberta, cujo grau de abertura ao exterior tem vindo a aumentar progressivamente. Deste modo a evolução da actividade económica interna não pode estar desligada da evolução da economia internacional e, mais concretamente, da dos principais parceiros comerciais. Esta interligação entre a economia portuguesa e o seu enquadramento externo vem-se reforçando à medida que se assiste, em praticamente todos os mercados, a uma maior liberalização, que, no que se tifete, i envolvente comunitária terá a sua plenitude com a realização do Mercado Único Europeu em 1993.

A desaceleração da actividade económica internacional está a reflectir-se .no comportamento da economia portuguesa, cujo

crescimento se prevê ser inferior à média do período 1985/1990. mantendo-se, no entanto, acima da média comunitária. Espera-se, para 1992 e 1993, um diferencial de cerca de um ponto percentual em relação à taxa de crescimento da comunidade, isto é, o processo de convergência real mantem-se no contexto de um cenário Internacional menos favorável. O diferencial de crescimento acumulado permitiu realizar um ganho desde a Adesão de cerca de 5 pontos percentuais em termos de convergência real. o que tem traduzido uma aproximação clara e sustentada do produto per capita português à média comunitária.

A taxa de crescimento do PIB em 1992 deverá situar-se ao mesmo nível de 1991. ou seja cerca de 2% (ver Quadro 2). Para 1993 e considerando uma retoma na economia internacional, nomeadamente na economia europeia, prevê-se um crescimento na ordem dos 3%. O diferencial de crescimento relativamente à média europeia desenvolve-se. assim, em simultâneo com um significativo abrandamento da taxa de crescimento dos preços e um mercado de trabalho caracterizado por uma das mais baixas taxas de desemprego da Europa.

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

116. Os principais determinantes do crescimento real da actividade económica em 1992 e 1993 serão o investimento e as exportações, retomando-se o padrão do quinquénio 1985-90. o qual foi interrompido em 1991.

Em 1992, a formação bruta de capital fixo deverá crescer a uma taxa de cerca de 4%, contra 2,8% no ano anterior. Em 1993. o crescimento real do investimento também deverá aumentar ligeiramente, atingindo uma taxa de 5%, devido em boa parte à retoma do investimento empresarial. A taxa de investimento continuará assim a situar-se entre as mais elevadas da CE, ficando acima dos 25%.

De igual modo, prevê-se um crescimento significativo do volume das exportações em 1992 (devendo registar uma taxa de crescimento de cerca de 5% contra 1,8% em 1991), tornando-se desta forma a componente mais dinâmica da procura, situação essa que se deverá prolongar em 1993.

Quadro 2: Perapectlves de evolução da economlo

portuguesa em 1992 e 1993

(am percentagem)

 

1992 Estimativa

1993 Previsão

 

Consumo Privado

4

4

 

Consumo Púbico

2

0

 

FBCF

4

5

 

EjrponaoSos (B & S)

5

S

 

Importações (BSS)

8

6

 

PIB

2 1/4

3

 

IPC Imeda anual)

9

5-7

 

f| Saldo da BTC/pib

■ 1/4

-1

 

1 Fonte: MF