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0603 | II Série A - Número 019 | 06 de Julho de 2002

 

PROJECTO DE LEI N.º 94/IX
ELEVAÇÃO DA POVOAÇÃO DE SANTA MARIA DE SARDOURA, NO CONCELHO DE CASTELO DE PAIVA, À CATEGORIA DE VILA

Nota justificativa

1 - Breve caracterização histórica

O topónimo "Sardoura" talvez tivesse procedido do rio deste nome e talvez possa comparar se com "Fontoura" (fonte áurea), "Valoura" (vale áurea), "Riboura" (riba áurea). Todavia, é forçoso mostrar o desconhecimento da significação e ainda apontar que autores há que lhe dão origem arábica. A consideração do elemento "áurea" parece ainda aqui confirmar se com o topónimo Montouro (lugar da freguesia de S. Martinho de Sardoura) o mesmo, na origem que "monte áureo" (tratando se, pois, de topónimos de sentido mineralógico relacionados com a cor dos terrenos tendo em consideração a riqueza mineralógica da Região de Castelo de Paiva.
"Sardoria" é nome já citado no século X e por certoo de muita antiguidade, o que pressupõe que a sua origem seja latina e não árabe.
Ereditate nostra propria que avemus in VALLE SARDORIA urbis Anegie suptus monte Serra Sicca (Diplomata et Chartae doc. 157 do ano 989).
Não haverá dúvida de que, na sua composição, entra o adjectivo latino aureus a um, antecedido do substantivo "Sarda" ou "Sarta". Por isso é, pois, claro que o nome "Sardoira" antes de ser dado à terra o foi ao rio.
No ano de 1045 Rodosilo e filhos vendem a D. Múnio Viegas e a sua esposa D. Únisco a vila de Sardoirinha, na freguesia de Sardoura.
Em 1090 D. Trastamiro Moniz ( filho de D. Múnio Viegas) doa ao mosteiro de Alpendurada propriedades várias, entre as quais a "villa Sala" (Sá de Santa Maria de Sardoura).
Subdividia se a paróquia de Sardoura em reguengos e em honrarias, umas perfeitas e outras imperfeitas. Honras que ficavam na "villa" de Sardoura e na "villa" de Parada, em Linhares, na "villa" de Figueiredo, na Sardoirinha. Sardoura, uma honra perfeita, constituída por quatro casais, em 1258 pertencente a D. Rodrigo Forjaz e a D. Chamoa, honra que foi dada por D. Sancho I à Condessa D. Toda Palazim.
Para além desta honra, o rei tinha no lugar de Sardoura dois casais foreiros, dando lhe um, anualmente, uma taleiga de trigo, uma espádua de porco com nove costelas, mas o trigo devia ser pela medida de Parada, uma galinha, dez ovos, um almude de vinho e um bragal. O outro pagava de foro apenas uma taleiga de trigo e uma espádua de porco de nove costelas. Porém, ambos eram obrigados a dar lutuosa.
A freguesia de Sardoura, no foral dado por D. Manuel I à terra de Paiva, tem um capítulo especial.
Nas Memórias Paroquiais de 1758 do Padre João Rodrigues Pereira de Figueiredo, pároco da freguesia de Santa Maria de Sardoura, localizava se a povoação.
Esta terra de Sardoura se acha no concelho de Paiva, fica na província da Beira, é bispado de Lamego, comarca e termo da vila de Barcelos. A sereníssima Casa de Bragança é a Senhora Donatária deste predito concelho. Esta terra de Sardoura se acha em terras e olivais lavradios se bem de limitado espaço e toda circuitada de terras incultas e montes como são os de S. Gens, São Paulo, monte do Alvo e outros que não têm propriedade ou coisa memorável ou digna de nota que mereça maior extensão. Nesta freguesia não há mais rio do que só um ribeiro que apelidam de rio Sardoura, nasce no monte chamado Serro do Cão que é na estrada que vai para a vila de Arouca e outras terras.
A Igreja nessa época estava já reedificada, excepto a capela mor "(...) orago desta Igreja e a sua padroeira é Nossa Senhora da Assunção que, com solenidade, costuma festejar se por mordomos em os quinze do mês de Agosto de cada ano. A Igreja não tem naves mas é de feitio ordinário."
Importantes e tradicionais são as festividades em honra da Senhora de Agosto (Nossa Senhora da Assunção) na igreja matriz e de Santo Antão (festa das orelheiras) na sua capela erigida no lugar de Sá.
A 30 de Agosto de 1882 fez se concurso para adjudicação das obras da ponte de Entre os Rios. Assente a primeira pedra a 29 de Fevereiro de 1884. A uma fundura de 17 metros abaixo do nível do leito do rio, terminou a construção de todos os pilares a 16 de Outubro de 1885. Últimas experiências feitas a 30 de Abril de 1887. Aberta ao trânsito a 1 de Dezembro de 1887.
Do povoamento pré histórico, castrejo, constam da sua riqueza arqueológica mámoas no Chão, da Forca, em Vales, no Tapado (Vermelhosa); utensílios diversos, do neolítico encontrados no Monte Crasto; necrópole de incineração em Valbeirô, necrópole de Valdemides, na Cruz da Carreira; a pedra formosa no monte Crasto.
Para além do castro que existiu no Monte Crasto, outros devem ter rematado os cumes de S. Gens e de S. Paul.
A electricidade foi inaugurada a 4 de Setembro de 1949.

2 - Condições sócio económicas

A freguesia de Santa Maria de Sardoura tem actividade económica baseada nas seguintes vertentes:
2.1 - Sector primário:
Área do minifúndio e como tal pratica se uma agricultura em regime intensivo com culturas hortícolas, vinha e frutos.
A produção ago florestal e agro pecuária também têm impacto na economia da freguesia.
2.2 - Sectores secundário e terciário:
A actividade industrial é significativa com várias unidades fabris.
O comércio tem também uma representatividade elevada com variados estabelecimentos de cafetaria, mercados, mercearias e outros estabelecimentos de venda a retalho e serviços de apoio a empresas.
2.3 - A freguesia é servida pelas seguintes infra estruturas e associações:
Existe na freguesia o Centro Social de Santa Maria de Sardoura (IPSS, com ATL e actividades para idosos).
Escolas do 1.° ciclo do ensino básico em Reguenga, Pereire e Sá.
Jardins de infância em Oliveira da Reguenga, Pereire e Sá.
Pavilhão desportivo coberto.
Habitação social, com um loteamento a custos controlados.