O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2366 | II Série A - Número 056 | 03 de Maio de 2004

 

Em 1373, Henrique II, ou Henrique de Trastâmara, já rei de Castela e de Leão (de 1369 a 1379), também veio aos mesmos Paços Reais encontrar-se com D. Fernando para acertarem os contornos da paz, pondo fim ao segundo conflito - das três derrotas, em que se envolveu o rei de Portugal - pela disputa do reino vizinho de Castela.
Neste tratado de paz fica consagrada a promessa de casamento da infanta D. Beatriz, filha do rei de Portugal D. Fernando, com o Conde de Benavente, filho bastardo de Henrique II.
Fernão Lopes refere-se às "Pazes de Valada", escrevendo que D. Fernando de Portugal "pousou em uns paços que chamam Valada, em um espaçoso campo junto com o rio" para se encontrar com D. Henrique de Castela.
O rei D. Fernando (reinou entre 1367 e 1383) também deixou ligada aos Paços Reais de Valada, a promulgação das célebres "Leis Agrárias" ou Lei das Sesmarias, em 1375, com a qual pretendeu regulamentar o trabalho rural e aumentar a produção agro-pecuária.
O perigo permanente de inundação dos campos de Valada levou à procura de soluções que minimizassem esse risco, designadamente através de "valos" e "a bata". Atento a este problema, D. Duarte (rei de Portugal, entre 1433 e 1438) determinou que sempre que fosse necessária qualquer reparação destas "valas" ela fosse feita com o acordo dos oficiais de Santarém.
Todavia, estas reparações já eram asseguradas, não pelas justiças desta vila, mas pela vontade de Lopo Coelho, sem que se saiba porquê. A existência desta situação foi levada pelos procuradores de Santarém às Cortes de Lisboa de 1459.
No início do reinado de D. Manuel, em 1496, Pêro de Alcáçova era o senhor dos Paços de Valada, tendo a eles renunciado para que fossem doados a D. João Manuel, filho do bispo da Guarda, D. João, camareiro da Casa Real e poeta dos Cancioneiros.
Com o terramoto de 1755, Francisco Câncio regista para a posteridade, no seu Ribatejo Histórico e Monumental, que "Vallada teve alguns telhados abalados e a Igreja muito arruinada. Esta freguesia contava com 92 fogos e 283 pessoas".
Já no século XIX, encontra-se uma outra referência histórica a Valada, durante a primeira invasão francesa, de 1807, comandada pelo General Junot, onde consta que este se terá hospedado em casa da família Seabra.
No início deste século XIX Valada ainda pertencia ao termo de Santarém, situação que manteve até à criação do concelho do Cartaxo.
De facto, o Alvará de D. João VI expedido do Rio de Janeiro - onde a Corte se encontrava exilada - que eleva a vila o antigo lugar do Cartaxo, em 10 de Dezembro de 1815, refere que "a sobredita vila, que se denominará do Cartaxo, terá por termo além do seu antigo distrito os lugares de Valada, e Porto de Muge (…)".
Outra breve referência é feita a Valada, quando são atribuídas a D. Miguel, muitas visitas a este lugar, dado que o infante aqui possuía uma casa, adquirida à Companhia das Lezírias.
Já no século XX é impossível falar de Valada sem fazer referência a um dos seus mais ilustres filhos: Alfredo Trindade.
Alfredo Trindade foi uma das figuras desportivas mais marcantes do ciclismo português e nasceu em Valada do Ribatejo, a 3 de Janeiro de 1908. Começou a correr individualmente em 1929 e a partir de 1930 passou a envergar a camisola do Sporting.
Em Setembro de 1933 venceu a Volta a Portugal em bicicleta, arrebatando a primeira vitória individual e colectiva para o Sporting na mais importante prova nacional.
No ano de 1936 Alfredo Trindade vence pela segunda vez a Volta a Portugal - na sua IV edição - também em representação do Sporting Clube de Portugal.
São desta época as renhidas disputas com José Maria Nicolau, ciclista também nascido no concelho do Cartaxo, que envergava a camisola do clube rival, o Sport Lisboa e Benfica.
Hoje é reconhecidamente consensual que uma parte da significativa rivalidade desportiva que os dois grandes clubes lisboetas têm em Portugal, remonta ás épicas etapas que estes dois ciclistas disputavam.
Mais recentemente, deve também referir-se a presença permanente do ilustre cavaleiro tauromáquico João Salgueiro que, em Valada, concentra a sua actividade profissional com a sua habitual residência.
Relativamente ao património edificado, Valada teve uma igreja - Santa Maria de Valada - que já existia no século XIII, ao que parece de paróquia já instituída por acção da Coroa, constituindo-se por isso como padroado real, que deve ter sido fundada após a tomada de Santarém e Lisboa.
Devido à situação do padroado de Santa Maria de Valada, a Coroa ainda apresentava a igreja nos últimos tempos dos padroados. Já então designada por Igreja de Nossa Senhora da Expectação foi sagrada em 6 de Janeiro de 1528, tendo sofrido desde então inúmeras alterações que modificaram o seu aspecto original.
Valada possui ainda a ponte D. Amélia, uma obra notável cuja responsabilidade esteve a cargo do engenheiro António de Vasconcellos Porto, director da construção da linha ferroviária que ligou o Setil a Vendas Novas, atravessando as duas margens do rio Tejo, e que foi colocada ao serviço em 14 de Janeiro de 1904, pelo Rei D. Carlos.
Esta ponte ferroviária - que celebrou já este ano um século de antiguidade - foi entretanto transformada em ponte rodoviária.

III - Equipamentos colectivos e instalações ao abrigo do artigo 12.º da Lei n.º 11/82, de 2 de Junho

a) Equipamentos colectivos, comércio e serviços:

- Sede da junta de freguesia;
- Extensão do Centro de Saúde de Valada;
- Mercado;
- Cemitério;
- Campo de futebol;
- Polidesportivo ao ar livre;
- Praia e marina fluvial;
- EPAL (abastecimento de água) - furo e estação de bombagem;
- Balneários/sanitários públicos;
- Lavadouro público;
- Parque das merendas com um parque infantil;