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0071 | II Série A - Número 021 | 04 de Dezembro de 2004

 

As principais referências bibliográficas são: as Trovas de D. João de Castro; a Mensagem de Fernando Pessoa; Oliveira Martins História de Portugal; Lopes Correia Monografia; Hermani Cidade Padre António Vieira.

9.6 - A Guerra Peninsular:
Depois da Guerra de Rossilhão e da Campanha de 1801, Napoleão tentou invadir Portugal por três vezes entre 1807 e 1813.
Para combater as invasões francesas, Trancoso mobilizou-se com a ajuda dos aliados de Portugal.
Em Março de 1808 começaram a chegar as primeiras tropas e no ano seguinte chegava a Trancoso o General Beresford para comandar as tropas portuguesas.
Aqui estabeleceram o Quartel General, um edifício ainda hoje existente e utilizaram o edifício dos Paços do Concelho para hospital militar.
A 16 de Setembro de 1809 entraram na vila os soldados franceses do General Vey, tendo encontrado enorme resistência.
O general Wesley chegou a Trancoso no dia 19 de Janeiro de 1810, tendo sido recebido entusiasticamente.
Depois da derrota do Buçaco, Marsena tenta conquistar Lisboa em 27 de Setembro de 1818, o General Silvestre Pinto de Albuquerque, impedido de reconquistar Almeida, recuou para Trancoso em quase 5000 horas, permanecendo na vila durante um mês.
O general William Can Beresford foi agraciado com o título de Conde de Trancoso.

9.7 - A comarca de Trancoso:
Trancoso chegou a constituir uma das maiores comarcas do País.
Em 1836 a comarca de Trancoso abrangia os concelhos de Aguiar da Beira, Almendra, Castelo Rodrigo, Freixo de Numão, Marialva, Meda, Penedono, São João da Pesqueira, Pinhel, Trevões e Vila Nova de Foz Côa.
Como é possível observar pelos mapas das comarcas no início do séc. XIX, publicados na História de Portugal, da responsabilidade do Prof. José Mattoso Vol. 4 e Vol. 5 da Editorial Estampa, a comarca de Trancoso abrangia um conjunto significativo de municípios confrontando directamente com Viseu, Guarda e Moncorvo e Vila Real.
Com a queda do regime absolutista viu-se reduzida aos julgados da Pesqueira, Figueira, Pinhel, Celorico da Beira, Fornos e Aguiar da Beira.
Posteriormente noutra reforma judicial viu-se reduzido aos julgados de Figueira, Pinhel e Aguiar da Beira.
Actualmente, na última reforma, ficou reduzida a comarca de Trancoso ao próprio concelho e ao de Aguiar da Beira.

II
Trancoso - Estrutura física e demográfica

Trancoso localiza-se numa região de montanha entre a Serra da Estrela e o rio douro, a cerca de 80 Km da principal fronteira com Espanha (Salamanca).
O município pertence à Nut III da Beira Interior Norte e à divisão administrativa do distrito da Guarda.
A estrutura física da sua morfologia é predominantemente granítica.
A vila de Trancoso, sede de município, situa-se num vasto e alto planalto, com cerca de 900 m de altitude média, nas proximidades da margem direita do rio Távora, localizando-se acerca de 45 km NNO da cidade da Guarda.
A superfície do concelho de Trancoso é de 364.54 Km e a sua população é de cerca de 11 000 habitantes.
A vila de Trancoso compreende duas freguesias, S. Pedro e Santa Maria, sendo a sua área de 51.8 Km2 de extensão.
O aglomerado populacional da vila de Trancoso é contíguo às freguesias de Fiães, Torres, Souto Maior e Tamanhos, representando no seu conjunto 3440 eleitores.
Os habitantes das duas freguesias da vila de Trancoso são 3106 e no conjunto da área urbana das freguesias contíguas supra referidas é de 4054 habitantes.
De harmonia com os indicadores demográficos e de desenvolvimento, do último Censo de 2001, Trancoso verificou o 3.º melhor resultado demográfico do conjunto dos 14 concelhos do distrito da Guarda e a 2.ª maior taxa de crescimento urbano, logo a seguir ao concelho da Guarda.