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4 | II Série A - Número: 022 | 8 de Janeiro de 2010

como forma de contratação na Administração Central e Local, o trabalho precário transformou-se em política de Estado.
Ora, estas opções tiveram e têm consequências. Por exemplo: O Emprego diminuiu devido à quebra de 6,9% da população empregada na Cova da Beira. Desta forma o peso do Distrito no total da população empregada tem vindo a diminuir e quanto aos trabalhadores por conta de outrem (TCO), apesar de em termos nacionais ter havido um crescimento de 4,24% do total de TCO, no Distrito, só a NUT III do Pinhal Interior Sul viu o número de trabalhadores crescer em 4%. Na Cova da Beira a diminuição de TCO foi de 9,61%, enquanto que na Beira Interior Sul, a quebra foi de 2,59%. Em termos absolutos, é a Cova da Beira a NUT III no distrito de Castelo Branco que mais TCO concentra.
Entre 2006 e 2009 encerraram mais de duas dezenas de empresas dos sectores industriais tradicionais e foram destruídos mais de dois mil empregos que não foram compensados com a criação de novos postos de trabalho, acentuando-se os problemas estruturais já antes detectados.
Aliás, o aparente aumento do emprego no sector privado no distrito, ainda que residual, deu-se devido à introdução e crescente utilização do contrato individual do trabalho na Administração Pública e da diminuição do emprego com vínculo público no mesmo sector. Por exemplo, em 2002, os sectores da Administração Pública, Defesa e Segurança Social, Educação e Saúde e Acção Social empregavam 667 trabalhadores com contrato individual de trabalho e em 2006 esse número já é de 5680 trabalhadores.
A precariedade do emprego é um drama social que nos últimos anos sofreu um agravamento. A ―precariedade declarada‖ (constante dos mapas de pessoal) atinge 25% trabalhadores do Distrito. Na faixa etária até aos 25 anos, mais de 50% dos trabalhadores não tem vínculo permanente, ou seja, mais de metade dos TCO e, até aos 30 anos são 41% os trabalhadores sem contrato permanente. De destacar que na ―construção de edifícios; engenharia civil‖, ―actividades de acção social‖ e no ―comçrcio a retalho de produtos novos em estabelecimentos especializados‖, o número de trabalhadores sem contrato permanente é superior a 500 trabalhadores. E estes dados, que se agravaram, subestimam a realidade, já que não incluem outras situações precárias para além do contrato a termo, como o falso trabalho independente, o trabalho clandestino ou não declarado. desemprego no distrito não pára de aumentar. No final de Outubro de 2008 havia 8.841 e em Setembro de 2009, existiam perto de 11 mil desempregados no distrito. Estes dados não traduzem todo o desemprego já que os dados disponíveis, apenas dizem respeito ao desemprego registado e não ao desemprego efectivo. Sendo que 40 % dos desempregados são jovens trabalhadores (16% tem menos de 25 anos, 23,6 tem entre 25 e 34 anos) e 41% tem entre os 35 e os 54 anos; As mulheres representam 56,6% dos desempregados, sendo assim as mais atingidas por este flagelo; Por escolaridade dos trabalhadores desempregados: 4,9% não tem qualquer grau de ensino, 28% tem o 1.º Ciclo; 15,8 tem o 2.º Ciclo; 20,7% tem o 3.º Ciclo; 18,1% o Secundário e 12,4% o Ensino Superior; O desemprego de longa duração aumentou e já se situa em torno dos 30%; 9,1% dos desempregados encontram-se em Programas Ocupacionais (POC), contra os 5,2% do País. A maioria são mulheres, representando 61,8% (600) do total dos 971 ocupados; 3808 desempregados (39,5%) não recebem qualquer prestação social, situação inconcebível no século XXI.
Entretanto, com a continuação dos despedimentos e encerramento de empresas, o agravamento do desemprego tenderá a agravar-se. Estima-se que, nos tempos próximos, cerca de 2 mil postos de trabalho estejam em risco, mil dos quais pertencentes aos sectores das Confecções e dos Lanifícios. Só entre Outubro de 2008 a Outubro de 2009 foram destruídos mais de 800 postos de trabalho no sector têxtil e confecções.
Note-se que o desemprego actual assume características diferentes das do período de 2002-2006 pois, aos desempregados oriundos de empresas com significativo volume de emprego e concentradas em determinadas localidades, juntam-se hoje os trabalhadores contratados a termo e trabalhadores de micro, pequenas e médias empresas dos sectores de construção civil (pequenos empreiteiros), do comércio retalhista, da restauração e dos serviços disseminados por todo o distrito.

Os POC (Programas Ocupacionais), bem como a emigração, as reformas antecipadas e as medidas de emprego e formação servem para mascarar a dimensão do desemprego. Situação muito grave porque Consultar Diário Original