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16 | II Série A - Número: 113 | 7 de Julho de 2010

Portugal, com o PIB a aumentar em termos reais 0,5%, 1,1% e 1,7%, em 2011, 2012 e 2013, respectivamente.
Para o crescimento do PIB contribuirá, essencialmente, a melhoria das exportações (em linha com a dinâmica evidenciada pela sua procura externa relevante). Por outro lado, espera-se que as restrições ao crédito concedido às empresas e particulares, as medidas de consolidação orçamental e a manutenção de um nível elevado de desemprego, ainda que numa trajectória de redução, sustentará a desaceleração do consumo privado, cujo crescimento deverá estabilizar em torno de 0,6%, enquanto o consumo público deverá contrair, em termos médios, em consequência do ajustamento a realizar no âmbito da correcção do défice das Administrações Públicas até 2013. O investimento, designadamente o investimento empresarial, deverá registar uma ligeira recuperação. As necessidades de financiamento da economia portuguesa face ao exterior deverão continuar o processo de ajustamento iniciado em 2009, em grande parte devido à melhoria do défice da balança de mercadorias e ao processo de consolidação orçamental em curso. A contrapor a este comportamento favorável concorre o aumento da Balança de Rendimentos, justificada, em grande medida, pela hipótese de subida das taxas de juro no horizonte de projecção.
Num contexto económico de recuperação gradual da actividade económica, espera-se uma melhoria do mercado de trabalho após 2011, prevendo-se que a taxa de desemprego evidencie uma evolução descendente entre 2012 e 2013, ano em que deverá atingir um valor de 9,6%. No médio prazo, o emprego deverá acompanhar o movimento de recuperação económica e registar, entre 2011 e 2013, um crescimento médio de 0,4%. Relativamente à evolução dos preços, no cenário de médio prazo prevê-se um aumento da taxa de inflação para 1,1% em 2010, e que se verifique uma estabilização, em termos médios, em torno dos 2% entre 2011 e 2013, reflectindo a evolução prevista para o preço das matérias-primas e produtos energéticos nos mercados internacionais.

1.3. Política Orçamental Em face dos efeitos da crise económica e financeira sobre as contas públicas, a política orçamental define, com determinação, uma estratégia clara de consolidação orçamental. A prioridade inequívoca ao equilíbrio das contas públicas assumida pelo Governo tem subjacente a ideia de que um processo consistente de consolidação orçamental representa uma condição necessária não apenas para a sustentabilidade das finanças públicas mas também para o reforço da confiança e do crescimento económico sustentado. A via da consolidação é pois uma trajectória essencial para corrigir os desequilíbrios macroeconómicos externos e para a promoção da competitividade da economia portuguesa. O eclodir da crise financeira e as suas consequências económicas em 2008 e 2009 tiveram grande incidência nas finanças públicas na generalidade dos países, incluindo Portugal, com o aumento dos défices públicos e dos rácios da dívida pública no PIB.
No inicio de 2010, a orientação de política económica e financeira evidenciava a necessidade de combater os efeitos da crise, mantendo os estímulos orçamentais anti-crise, e de se retomar o ajustamento orçamental, acautelando a retoma gradual da actividade económica que se vinha registando desde o segundo trimestre de 2009.