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15 | II Série A - Número: 113 | 7 de Julho de 2010

O consumo privado deverá apresentar um crescimento positivo, de cerca de 1,3%, acima do crescimento do PIB, evolução que se prevê estar associada ao aumento do consumo de bens duradouros, em linha com o comportamento pró-cíclico desta variável. De referir que o consumo privado cresceu 2,7% no 1.º trimestre, e os dados mais recentes apontam para a continuação de uma evolução favorável no 2.º trimestre. Contudo, as medidas de consolidação orçamental entretanto tomadas antecipam uma significativa desaceleração deste agregado. Não obstante uma recuperação assinalável face a 2009, o investimento deverá registar uma variação real negativa. Esta evolução encontra-se associada à melhoria prevista do sentimento económico, em linha com a recuperação da actividade económica, que se deverá repercutir positivamente no crescimento do investimento empresarial. Caberá, em 2010, ao investimento empresarial o contributo positivo para a evolução do investimento global, complementando o investimento público enquanto elemento dinamizador daquele agregado. Os dados até Maio confirmam a recuperação do investimento em todas as suas componentes e apenas o investimento em construção permanece negativo.
Após a forte contracção registada em 2009, os fluxos de comércio internacional deverão recuperar significativamente, passando de uma quebra de 10,8% em 2009, para um crescimento de 4,3% em 2010.
As exportações de bens como de serviços deverão apresentar crescimentos reais, prevendo-se que a rubrica de bens apresente uma evolução relativamente mais favorável. Em linha com a recuperação da procura global, e reflectindo a evolução mais favorável das outras componentes da despesa, espera-se que as importações apresentem um crescimento real, em 2010, de cerca de 2,2%, em resultado, sobretudo, da evolução da importação de bens, enquanto a rubrica de serviços deverá apresentar uma quebra face ao ano anterior.
Estes desenvolvimentos deverão traduzir-se num aumento ligeiro do défice da balança de bens, principalmente via efeito preço, uma vez que se espera uma aceleração do deflator das importações.
Apesar de se esperar, também, uma deterioração do saldo da balança de rendimentos, na sequência quer do aumento do endividamento externo quer do aumento previsto para as taxas de juros, estima-se uma melhoria das necessidades de financiamento da economia em 2010, por via do comportamento favorável da balança de serviços e da balança de capital.
Quanto ao mercado de trabalho, espera-se que o emprego apresente, ainda, uma quebra marginal, que se deverá materializar numa deterioração da taxa de desemprego, em termos médios, para 9,8%, reflectindo ainda uma evolução negativa na primeira metade do ano, que se estima ser compensada na segunda metade de 2010.
A taxa de inflação deverá aumentar para 1,1% em 2010. Esta projecção assenta, fundamentalmente, nos pressupostos relativos à evolução dos preços das matérias-primas nos mercados internacionais, evolução económica internacional e incorpora o efeito decorrente do aumento em 1p.p. das taxas de IVA na segunda metade do ano.
A propagação da crise financeira internacional à economia real em Portugal e nos seus principais parceiros comerciais, ocorrida em 2009, tem-se vindo a dissipar. Esta evolução permite inferir que o período mais depressivo da economia mundial terá sido ultrapassado, mantendo-se, contudo, um grau elevado de incerteza quanto à demora e sustentação da recuperação.
Por outro lado, os esforços de consolidação orçamental que se encontram a ser prosseguidos, já em alguns países, como Portugal, terão implicações no crescimento económico. Desta forma, para o período compreendido entre 2011 e 2013, prevê-se um crescimento moderado da actividade económica em