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21 | II Série A - Número: 017 | 16 de Outubro de 2010

Spread das Taxas de Rendibilidade das Obrigações do Tesouro a 10 anos face à Alemanha (pontos base)

Fonte: Thomson Reuters. A partir de meados de 2008, na sequência da crise financeira, assistiu-se a um alargamento do diferencial das taxas de juro nacionais face às da Alemanha. Este movimento reflecte, em termos fundamentais, as vulnerabilidades estruturais apresentadas por alguns países nas quais se salienta a baixa produtividade, desequilíbrio das contas públicas e externas, fragilidades no sistema bancário ou no mercado imobiliário, factores que condicionam o crescimento económico quer no curto quer no longo prazo. Estes factores, específicos a cada país, reflectem-se sob a forma de uma diferente percepção de risco por parte dos mercados financeiros, materializado na evolução das taxas de juro. Verifica-se ainda actualmente alguma subreacção dos intervenientes financeiros, reflectindo a elevada incerteza sobre a capacidade de resolução dos problemas estruturais que afectam esses países consubstanciandose num alargamento dos prémios de risco. Em Maio de 2010, foi acordado entre os vários estados membros da União Europeia o acelerar dos processos de consolidação orçamental. Adicionalmente, foi criada a Facilidade Europeia de Estabilização Financeira para, sujeito a um programa de condicionalidade, financiar países da área do euro com dificuldades em obter financiamento no mercado. Paralelamente o BCE adoptou ainda várias medidas com o objectivo de aumentar a liquidez nos mercados. Em conjunto, estas iniciativas, bem como a divulgação dos resultados dos testes de resistência ao sector bancário da área do euro, tiveram um impacto positivo na redução da percepção do risco soberano. Mais recentemente, a decisão do governo irlandês em resgatar o Anglo Irish Bank despoletou, uma nova subida dos prémios de risco da dívida soberana, directamente na da Irlanda e, por efeito de contágio noutros países com fragilidades estruturais, nos quais se inclui Portugal.

Consequências do Aumento do Prémio de Risco Soberano para a Economia Portuguesa O aumento das taxas de juro da dívida pública portuguesa tem condicionado o risco de crédito e de liquidez dos bancos nacionais. Algumas razões podem ser apontadas como factores explicativos 1 : (i) as perdas potenciais nas carteiras dos bancos, pelo facto de serem um dos principais investidores em dívida pública; (ii) o aumento do custo de financiamento que está, em parte, correlacionado com o custo de financiamento do Estado; (iii) a diminuição do valor do colateral e das garantias do Estado e (iv) a revisão do risco de crédito e do risco de mercado associada a actuação do Estado sobre a economia. A dificuldade de financiamento no mercado interbancário e de acesso aos mercados internacionais de dívida reflectiram-se no recurso ao financiamento junto do BCE por parte dos bancos nacionais. Por outro lado, a conjugação do necessário processo de consolidação orçamental acompanhado por uma desejável dinâmica de ajustamento do consumo privado contribuirá positivamente e de forma mais rápida para a correcção dos principais desequilíbrios macroeconómicos, com repercussões no crescimento económico e no emprego. A inexistência desta correcção terá como consequência a não dissipação da percepção do risco elevado sobre a 1 Boletim Económico do Banco de Portugal, Outono de 2010. 0
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