O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

II SÉRIE-A — NÚMERO 52

22

O associativismo, o voluntariado e a sensibilidade para uma democracia participada

As organizações de voluntariado e associativismo jovem desempenham um papel fundamental no exercício

dos direitos e dos deveres em democracia, permitindo aos jovens exercer funções e desempenhar papéis para

os quais elegem e são democraticamente eleitos.

Este trabalho permite o desenvolvimento de um sentido de responsabilidade, de uma visão estratégica de

ação com impacto na sua comunidade, de um trabalho de envolvimento com os órgãos de poder local e com a

respetiva comunidade que permitem um conhecimento com mais profundidade das instituições, um

desempenho na melhoria da democracia que se pratica e se promove como útil, válida e cuja qualidade

depende de todos os envolvidos.

Prova desta necessidade são as diversas estratégias europeias de valorização das competências

adquiridas em ambiente não – formal, que são hoje consideradas boas práticas neste campo de intervenção,

como demonstra o YouthPass, entre outros. O YouthPass faz parte da estratégia da Comissão Europeia para

promover o reconhecimento da Educação não Formal e assumido como uma ferramenta de visualização e

validação dos resultados das aprendizagens adquiridas em projetos do Programa Juventude em Ação.

Desemprego Jovem, “soft skills” e valorização do perfil

A taxa de desemprego em Portugal, segundo dados mais recentes do Eurostat já atinge os 15.7 %, sendo

que a taxa de desemprego jovem já ronda os 35%.

Neste particular, apresenta particular relevância o desemprego de jovens licenciados, cuja taxa é já uma

das maiores da União Europeia. Dado este bastante paradigmático e ainda mais preocupante, quando temos

níveis muito baixos de qualificação da nossa mão-de-obra.

De uma forma mais abrangente, a própria emancipação jovem revela-se cada vez mais tardia e com

dificuldades acrescidas, pondo em causa não apenas a realização pessoal dos jovens como também a sua

mobilidade e o desenvolvimento do seu contributo laboral, socioeconómico e cultural.

É neste cenário que a valorização do perfil individual de cada jovem, os seus conhecimentos e

competências específicas, nomeadamente aquelas que o diferenciam dos outros, dotando-o de um perfil que

alia os saberes teóricos, os conhecimentos científicos a competência técnica, à sua experiência a vários

níveis, nomeadamente de liderança, gestão de projetos e equipas, trabalho por objetivos, à capacidade de

comunicação e gestão de conflitos, se torna fundamental para o futuro profissional dos jovens.

Assim, e pela importância que pode desempenhar no futuro dos jovens, a sua experiência associativa e de

voluntariado são um elemento de enriquecimento pessoal, de diferenciação e de exercício do potencial de

cada jovem. E por essa razão, a sua valorização formal exige um processo credível, responsável e justo.

Recentemente o Fórum Europeu de Juventude nas recomendações finais do seu estudo “Study on the

impact of Non-Formal Education in youth organizations on young people’s employability” afirma claro que:

"O envolvimento com as organizações de juventude além de aumentar o desenvolvimento de

competências, ajuda a aumentar a empregabilidade dos mais jovens. De forma notável, esse envolvimento

ajudou uma grande parte da nossa amostra de jovens a desenvolver redes e conexão (capital social) que

podem auxiliar na obtenção de informações sobre oportunidades de emprego, bem como na obtenção de

emprego. Ela também estimulou um quarto dos jovens que responderam ao nosso inquérito para realizar

buscas de emprego mais intensivas. Além disso, ampliou o leque de ocupações e mobilidade ocupacional que

grande parte da nossa amostra de jovens consideraria para seu emprego. Em geral, tais aspetos ajudaram

significativamente a melhorar as oportunidades dos jovens para conseguirem emprego".

Também o mesmo estudo revela que "de acordo com os empregadores, os jovens não fornecem ainda nos

seus curricula, informações suficientes sobre as suas aptidões e competências adquiridas através da

participação em organizações de juventude. Os empregadores consultados relataram que muitas vezes só

descobrem importantes elementos de envolvimento dos jovens em organizações de juventude, durante a fase

de entrevista".

O mercado de trabalho valoriza assim, a nível nacional e internacional, o perfil de competências pessoais e

sociais, em complementaridade com o perfil de competências profissionais e o percurso académico.