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30 DE JUNHO DE 2015 25

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 1568/XII (4.ª)

DEFENDE A CONSTRUÇÃO DO NOVO HOSPITAL CENTRAL PÚBLICO DE ÉVORA

Exposição de motivos

Há muito que as promessas de construção do novo Hospital Central público de Évora se sucedem e que a

sua concretização é adiada.

Apesar de, em tempo de campanha eleitoral, PS, PSD e CDS-PP sucessivamente repetirem essa promessa

aos alentejanos, a verdade é que após as eleições rapidamente a promessa é esquecida e até as propostas

apresentadas pelo PCP na Assembleia da República acabam rejeitadas, alternadamente, com os votos de PSD

e CDS-PP ou do PS.

Após sucessivos adiamentos da construção do novo Hospital, a situação a que se chegou no Hospital do

Espírito Santo em Évora (HESE) é insustentável.

O esgotamento das atuais instalações do HESE é mais que evidente e causa óbvios constrangimentos

financeiros e operacionais.

Trata-se de um Hospital que funciona em dois edifícios distintos, separados por uma via rodoviária

identificada oficialmente como parte integrante do IP2.

As intervenções na conservação de ambos os edifícios foram realizadas tendo em perspetiva que a

construção do novo Hospital estaria concluída no final de 2014. Isto é, desde Janeiro de 2015 que o HESE

funciona em instalações cujo “fim de vida” foi já ultrapassado.

Tratando-se de um Hospital Central que serve todo o Alentejo, servindo uma população de cerca de 500.000

habitantes e com uma carteira de serviços e valências definida nos termos legalmente previstos para os hospitais

centrais, a verdade é que o HESE se confronta atualmente com inúmeras dificuldades em fixar profissionais e

em desenvolver a prestação de cuidados de saúde por não dispor de instalações adequadas.

As dificuldades que resultam do insuficiente número de salas de Bloco Operatório, e que se refletem em

várias especialidades cirúrgicas, são apenas um dos exemplos mais flagrantes de tais constrangimentos. As

dificuldades que resultam de não se poder aumentar o espaço nas urgências, de não haver espaço para outras

especialidades próprias de um hospital central, nomeadamente as especialidades de cirurgia vascular e

neurocirurgia, a impossibilidade de se aumentar o número de camas na Unidade de Cuidados Intensivos

Polivalente, são outros dos problemas que evidenciam a necessidade de construção do novo Hospital.

É de referir ainda que apesar das medidas que foram implementadas em termos de segurança,

nomeadamente em caso de incêndio, persiste um risco elevado que só um novo Hospital resolverá.

Apesar de o projeto e a construção do novo Hospital terem sido devidamente programados por sucessivos

Conselhos de Administração do HESE, a verdade é que por decisão governamental o processo para a sua

construção foi adiado e interrompido, não havendo qualquer perspetiva para o seu avanço há já vários anos.

Primeiro, em 2008, com a Resolução do Conselho de Ministros n.º 116/2008, do Governo PS, que adiou a

transferência das verbas. Depois, com o abandono do projeto pelo Governo PSD/CDS e novo incumprimento

em 2013 do calendário de transferência das verbas.

O atual Governo PSD/CDS, que em 2011 pela voz do Ministro da Saúde durante o debate do Orçamento do

Estado recusava assumir qualquer compromisso com a construção do novo Hospital de Évora, dizendo “não

contem comigo para fazer promessas”, veio recentemente através do mesmo Ministro anunciar novamente a

promessa de construção do novo Hospital.

O direito dos alentejanos à saúde merece mais respeito!

Não é possível assegurar aos alentejanos a prestação dos cuidados de saúde e a melhoria das condições

de vida a que têm direito sem garantir no Alentejo uma rede de serviços públicos de saúde devidamente

distribuídos pelo território e articulados entre si. Essa rede não estará garantida enquanto não for construído o

novo Hospital Central público de Évora.

E não é admissível que se argumente com a falta de meios financeiros para a construção do novo Hospital.

A construção integral do novo Hospital Central público de Évora está orçamentada em cerca de 100 milhões

de euros, o correspondente a cerca de dois anos de orçamento de funcionamento nas atuais instalações.

E mais: entre 2011 e 2015, enquanto o Governo utilizou o argumento de que não havia recursos financeiros

no país para construir novos hospitais, foram lançadas novas PPP e construídos novos hospitais privados,

confirmando não só que havia necessidades como também que havia recursos financeiros.