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II SÉRIE-A — NÚMERO 91 14

Como se pode verificar, em Portugal, no ano de 2000, existiam 3,5 ativos por cada pensionista do sistema

da segurança social. Ora, desde então, esse valor tem vindo a reduzir-se gradualmente, registando-se, em 2014,

por cada pensionista, 2,6 beneficiários ativos, valor que é ainda mais baixo quando o rácio é calculado em

relação ao número de pensões em pagamento.

Ainda no âmbito da demografia, deve referir-se o comportamento dos saldos migratórios, considerando que

saldos migratórios negativos, como aqueles que se verificam desde 2011, são altamente desfavoráveis para a

sustentabilidade da segurança social.

Com efeito, o saldo migratório, positivo até 2010, embora em acelerada degradação, passou a negativo,

como se pode analisar no quadro IV.

Quadro IV: Saldo Migratório em Portugal, de 2000 a 2015

Indivíduo - Milhares

Anos Saldo migratório

2000 67,1

2001 56,2

2002 41,8

2003 24,7

2004 14,3

2005 15,4

2006 17,1

2007 21,8

2008 9,4

2009 15,4

2010 3,8

2011 -24,3

2012 -37,3

2013 -36,2

2014 -30,0

2015 - Fonte: INE

Em resumo, o elemento demográfico, sendo absolutamente determinante dos aspetos financeiro e

orçamental do nosso sistema público de segurança social, atravessa indesmentíveis degradações e, nas

próximas décadas, a evolução continuará a ser negativa, o que é, por certo, um dos fatores especialmente

críticos.

Um segundo elemento determinante do sistema público de segurança social como o português é a

economia e a sua correlação com o emprego e o desemprego.

O quadro V ilustra a crescente deterioração do crescimento do PIB, o consistente aumento da taxa de

desemprego e ainda a destruição do emprego.