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18 DE DEZEMBRO DE 2019

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motivo laboral são as que ocupam mais tempo: no conjunto da AMP a média é de 24 minutos/dia, o que

significa que um trabalhador perde cerca de 10 horas, mensalmente, em deslocações de e para o local de

trabalho. E os estudantes enfrentam situação similar, com 23 minutos/dia.

Importa registar que os municípios de Gondomar, Valongo, Gaia, Matosinhos, Maia e Porto registam

tempos de deslocação superiores à média da AMP, evidenciando a congestão de trânsito. Segundo o mesmo

estudo, o Porto continua a ser o principal destinatário das pessoas que se deslocam desses outros concelhos.

A diferença de duração das deslocações (18 minutos para automóveis, 41 para autocarro, 38 para metro e

58 para comboio) desmotiva da utilização destes meios, sobretudo o metro, considerando as distâncias

envolvidas: 12 km para automóvel, 10 para autocarro, 9 para Metro, 31 para comboio.

Os gastos com combustíveis, portagens e estacionamento assumem valores elevados: 77% dos agregados

gastava de 30 a 250€, ou mais, mensalmente, em combustíveis, 14% gastava ainda mais 5 a 50€, ou mais,

em estacionamento, e 61% de 5 a 30€, ou mais, com portagens. Mas a taxa de ocupação média por veículo

na AMP era inferior a 2 pessoas.

Em média, 46% dos residentes da AMP usariam transportes públicos em 2017; e registava-se especial

incidência nos residentes no Porto (71%) Gondomar (64%), Gaia e Matosinhos (55%), evidenciando serem

estes os concelhos em que existe já maior oferta de transporte público.

Os motivos apontados pelos utilizadores de transporte individual são óbvios: rapidez, conforto e falta

completa de horários adequados e ligação ao destino por transporte público.

II – O Metro

Em 2008 a 2.ª fase da rede de Metro, a executar até 2018, mencionava a execução das ligações à Trofa e

a Gondomar (Valbom), o prolongamento da linha amarela a Laborim, e o reforço de ligações em Matosinhos e

Porto (Linha do Campo Alegre). Desde então continua a haver 72 composições Eurotram e 30 Tram Train

(Linha Vermelha/Póvoa de Varzim), apesar de, entretanto, a rede ter aumentado um pouco (aumento até

Santo Ovídio e ligação a Fânzeres, em 2011).

Hoje, constata-se que as ligações à Trofa e a Valbom continuam por fazer; que a Linha Amarela ficou por

Santo Ovídio, e a sua extensão a Vila d’Este (através do Monte da Virgem) substituiu Laborim como destino; e

que a Linha do Campo Alegre foi preterida por uma ligação Praça da Liberdade/Casa da Música

(prenunciando a breve trecho o encerramento de São Bento como estação ferroviária e o uso da atual ligação

a Campanhã pelo Metro, numa continuação da Linha Rosa e de prosseguimento para criação de uma linha

circular dentro do Porto).

Mesmo estas duas obras (prolongamento da Linha Amarela a Vila d’Este e Linha Rosa entre Praça da

Liberdade e Casa da Música) estão atrasadas: o cronograma atual aponta, depois de escolhido o consórcio (o

que ocorrerá presumivelmente em março de 2020) para que as obras se iniciem ainda em 2020 e decorram

previsivelmente, e no mínimo, até finais de 2023 (Linha Rosa 42 meses, extensão da Linha Amarela 34

meses) para construção destes seis quilómetros de linha e sete estações, esperando-se mais de 10 milhões

de novos utentes anuais (mais 50 mil/dia).

Para as futuras ligações Maia/Trofa e Porto/Gondomar (Souto) não há ainda qualquer data apontada,

apesar de, em 2016, a Assembleia da República ter aprovado, por unanimidade, uma proposta do PCP que

recomendava ao Governo o prolongamento das linhas do Metro do Porto, Gaia, Gondomar e Trofa, e de já

haver um traçado previsto e com estudo de impacto ambiental aprovado para esta última ligação desde 2003,

havendo ainda um compromisso histórico, assumido junto da população da Trofa, que foi traído – em 2002 foi

retirado o comboio à população da Trofa com a promessa de que seria servida por Metro.

Acresce que a linha de ligação à Trofa não integra sequer as que, segundo afirmação do Ministro da tutela

em 2017, iriam estar «em estudo» para a fase seguinte, e que, para além da ligação ao centro de Gondomar,

seriam o prolongamento da Linha Amarela até à Maia e a ligação da Casa da Música (Porto) até às Devesas

(em Gaia), com a travessia do Douro a ser assegurada por uma nova ponte.

Já quanto à ligação a Gondomar, de onde cerca de 60 mil pessoas já em 2017 diariamente se deslocavam

para o Porto, foram apenas invocados «estudos» que apontariam para que tal linha fosse «pouco rentável»

para justificar o adiamento da sua concretização.

Todo este elencar de situações não é novo. A Assembleia da República conhece, mas o Governo também.