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Cenário de crise global

A atividade económica mundial regista uma quebra acentuada em 2020, sem paralelo nas décadas

mais recentes. Assim, de acordo com a OCDE, o PIB mundial deve reduzir-se em cerca de 4,5% em

2020, após um ciclo de uma década de crescimento (de 3,7%, em média, entre 2010 e 2019)

tendência extensível a todas as economias avançadas e à generalidade dos países emergentes.

O surto pandémico criou uma disrupção na economia mundial caracterizada por efeitos que se

interligam e se amplificam, tanto do lado da oferta (perturbações nas cadeias de produção globais

levando à suspensão temporária de atividade de empresas) como da procura, traduzindo o impacto

negativo das medidas de confinamento implementadas pelos diferentes países, e contribuindo para

o adiamento das decisões de consumo e de investimento.

Contudo, as mais recentes projeções das instituições internacionais (OCDE e BCE, ambas de

setembro de 2020) apresentam uma revisão em alta das previsões para a variação do PIB em 2020,

devendo a recessão ser ligeiramente menos profunda do que estimado no início do verão, refletindo

as medidas de apoio à economia tomadas pela maior parte dos Estados, uma flexibilidade gradual

das medidas de confinamento, uma maior abertura das fronteiras externas e uma alteração de

comportamento dos agentes económicos.

O ressurgimento de novos casos de COVID-19, em finais do verão de 2020, especialmente nos EUA,

na Europa e na América Latina, ditou o prosseguimento de medidas de contenção para travar a crise

sanitária. Desta forma, o atual contexto internacional e europeu pode ser caracterizado por uma

incerteza muito elevada, estando a retoma e o ritmo de recuperação amplamente condicionados

pela evolução mundial da pandemia.

As medidas de contenção relacionadas com a COVID-19 provocaram uma queda sem precedentes

do produto e comércio mundiais no segundo trimestre de 2020. Com efeito, neste trimestre, o PIB

do G20 registou uma contração em volume de 9,1% em termos homólogos, que se traduziu numa

quebra de 5,4% no primeiro semestre (crescimento de 2,8% no primeiro semestre de 2019); esta

contração foi global, abrangendo todos os países com exceção da China, a qual já mostrava sinais de

alguma recuperação, por estar numa fase mais avançada do ciclo da pandemia. Por seu lado, o

comércio mundial de mercadorias em volume diminuiu de forma abrupta, com uma quebra de dois

dígitos no segundo trimestre de 2020 (-9% no primeiro semestre), com destaque para uma evolução

particularmente negativa nas economias avançadas.

A diminuição da atividade económica levou à deterioração do mercado de trabalho. Nos EUA, a taxa

de desemprego subiu de 3,5% no final de 2019 para 8,4% em agosto de 2020, após o pico registado

em abril (14,7%).

Para a segunda metade de 2020 e levando em linha de conta uma maior flexibilização das restrições

impostas, espera-se uma recuperação da atividade económica e comércio mundiais, face aos baixos

níveis atingidos no segundo trimestre do ano, com o início da normalização da produção da indústria

transformadora, do comércio e serviços, acompanhada de uma melhoria dos níveis de confiança dos

empresários e dos consumidores.

Na área do euro, o PIB recuou 9% em termos homólogos reais no primeiro semestre de 2020 (quase

-15% de abril a junho), em resultado de uma forte quebra da procura interna (com maior incidência

no consumo das famílias e no investimento) e das exportações, tendo-se registado um contributo

negativo das exportações líquidas.

13 DE OUTUBRO DE 2020_____________________________________________________________________________________________________________

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