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produzem: (i) 30% de todo o trigo mundial; (ii) 19% do fornecimento mundial de milho; e (iii) 80% das exportações mundiais de óleo de girassol; o que implica igualmente umproblema no abastecimento destes bens alimentares.

Neste contexto, analisando a exposição direta de Portugal a estas economias entre 2017 e 2021, é possível concluir que as transações com a Ucrânia e com a Rússia representavam em média 0,1% e 0,3% das exportações totais e 0,3% e 1,5% das importações, respetivamente. Apesar de esta dimensão ser pouco expressiva, a Ucrânia foi o principal fornecedor de milho a Portugal (34,7% das importações nacionais deste produto em 2021), e o seu destino principal foram as rações animais. A seguir aos produtos agrícolas, que representam 73,5% das importações da Ucrânia, os metais comuns assumem um peso médio de 19,1%, essencialmente ferro fundido, ferro e aço.

Gráfico 1.1. Importações da Ucrânia e da Rússia: 2017-2021 — pesos médios (percentagem)

Fonte: Instituto Nacional de Estatística.

Em relação às importações da Rússia, destacam-se os combustíveis minerais, sobretudo óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos e os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos, exceto óleos brutos, que representam 16,2% e 16,6% das importações portuguesas, respetivamente. A partir de 2021, a Rússia passou a ser o terceiro fornecedor de gás natural de Portugal; no entanto, é apenas responsável por 10,2% das importações de gás, enquanto a Nigéria e os EUA garantem 49,5% e 33,3%.

Adicionalmente, a base de dados Trade in Value Added (TiVA)2, da Organização para a Cooperação e denvolvimento Económico (OCDE) permite avaliar qual a percentagem do valor acrescentado bruto (VAB) de Portugal que decorre da produção de bens e serviços importados da Rússia3 (efeito direto e indireto). Assim, conclui-se que o VAB de Portugal que resulta da procura externa da Rússia é de aproximadamente 860 milhões de dólares, o que corresponde a cerca de 0,4% do PIB de 2018 (data das últimas estimativas). Contudo,este valor médio esconde uma significativa heterogeneidade setorial, com a indústria têxtile do vestuário (1,7%), os produtos farmacêuticos (1,7%) e os produtos de madeira ederivados (1,6%) a serem responsáveis por uma percentagem superior à média de Portugale aos valores registados para a área do euro.

2 Vd. . 3 Este indicador mostra o valor acrescentado originário da indústria i no país/região c incorporado na procura final de país/região.

Agrícolas73,5%

Metais comuns19,1%

Máquinas e aparelhos

1,4%

Alimentares1,2%

Madeira e cortiça1,1%

Outros3,8%

Ucrânia Combustíveis minerais

72,6%

Químicos7,7%

Metais comuns6,9%

Agrícolas6,9%

Madeira e cortiça2,2%

Outros3,7%

Rússia

10 DE OUTUBRO DE 2022 _______________________________________________________________________________________________________________

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