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No que se refere à inflação medida pelo IHPC, as estimativas das instituições para 2022 variam entre os 6,1% do FMI e os 7,8% do Banco de Portugal. Para 2023, as previsões variam entre os 2,7% do Banco de Portugal, e os 5,1% do CFP. O cenário apresentado aponta para uma inflação de 7,4% para o ano de 2022 e de 4% para 2023, estando dentro dos intervalos de estimativas e previsões das restantes instituições.

1.3. Riscos e análise de sensibilidade macroeconómica

Principais riscos

O cenário macroeconómico apresentado está influenciado pelo atual contexto internacional marcado pelo elevado grau de incerteza quanto à evolução da guerra na Ucrânia. À semelhança de outras instituições (internacionais e nacionais) que elaboram previsões macroeconómicas, considera-se que os riscos relacionados com a pandemia não se desvaneceram, mas diminuíram, enquanto a guerra na Ucrânia continua a representar um risco significativo no sentido descendente para a atividade económica e ascendente para a inflação, com particular incidência na área do euro.

Assim, uma evolução mais adversa da guerra, face ao assumido no cenário base, teria várias repercussões com impacto negativo no cenário apresentado, das quais se destacam:

Maior pressão sobre os preços das matérias-primas e aumento das perturbações nas cadeias de produção. A possibilidade de uma interrupção severa do fornecimento de gás por parte da Rússia à Europa, nomeadamente como resposta a novas sanções impostas pela União Europeia à Rússia, conduziria a novos aumentos dos preços dos bens energéticos com possível transmissão a outros bens e serviços, traduzindo-se num aumento das pressões inflacionistas e a uma mais rápida desaceleração dos principais parceiros comerciais de Portugal, com consequente impacto negativo no crescimento da economia nacional; tal cenário veria exacerbado o respetivo impacto sobre a atividade económica caso resultasse na necessidade de racionamento de energia, particularmente no setor industrial;

Condições financeiras mais restritivas. Os fatores anteriores conduziriam a efeitos de segunda ordem, como sejam aumentos adicionais das taxas de juro para combater a inflação, mas condicionando o crescimento económico, ao afetar o valor dos ativos de risco nos mercados internacionais e, por consequência, a liquidez dos mercados de capitais e o crédito, onerando o encargo com créditos das famílias e as condições de financiamento das empresas,

Outros riscos na envolvente externa, com impacto nos fluxos internacionais de comércio, relacionam-se com a probabilidade de persistência das medidas restritivas na China, com sucessivos confinamentos associados a uma política de COVID-zero, com impacto na produção e nas cadeias de abastecimento, reforçando as pressões inflacionistas. Também, na China, problemas no setor imobiliário levam a que se antecipem novas quedas no investimento imobiliário nos próximos anos, com impacto significativo nos bancos, juros e poupança, influenciando de forma significativa a procura externa deste país, com reflexo negativo nas exportações mundiais.

Quanto ao mercado de trabalho, notam-se sinais de algum sobreaquecimento, especialmente em várias economias avançadas, apesar de a atividade ainda estar abaixo das tendências pré-pandemida de COVID-19. Para esta situação contribuem a menor taxa de participação da força

II SÉRIE-A — NÚMERO 98 _______________________________________________________________________________________________________________

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