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de trabalho e o desalinhamento entre a procura e a oferta de trabalho. Esta situação poderá conduzir a uma pressão salarial em algumas atividades com maior procura, com efeitos inflacionistas.

No que se refere ao preço do petróleo, após o forte crescimento no princípio do ano, seria de antecipar uma redução do seu preço. Contudo, as sanções à comercialização do petróleo russo e uma redução da produção do crude por parte dos países da OPEP podem levar a um crescimento do preço do petróleo no curto/médio prazos.

Face ao exposto, considera-se que os principais riscos para o cenário macroeconómico são essencialmente de natureza externa. Não obstante a pertinência cautelar de consideração destes riscos, existem na economia portuguesa elementos que potencialmente poderão mitigar estes impactos negativos:

Mercado de trabalho – os níveis de desemprego historicamente baixos e os aumentos salariais que se têm verificado conferem uma robustez à base da procura interna que não pode ser negligenciada;

Dependência energética – Portugal apresenta menor dependência energética, nomeadamente relativamente ao gás russo, face à generalidade das demais economias europeias e conta com uma elevada proporção de produção de energia elétrica baseada em energias renováveis;

Resiliência do setor do turismo – este setor constituiu um pilar fundamental da retoma em 2021 e 2022, devendo manter a mesma importância no desempenho da economia em 2023;

Solidez atual das finanças públicas – esta, sendo superior à verificada em crises anteriores, permite contrapor medidas de mitigação dos efeitos da crise e apoio ao rendimento das famílias e à atividade das empresas, no tempo certo e num contexto de elevada inflação, sem colocar em causa a respetiva sustentabilidade; em 2022, Portugal deverá registar uma redução histórica do endividamento público, que deverá situar-se nos 115% do produto, abaixo do nível pré-pandemia de COVID-19, reforçando a respetiva credibilidade externa;

Investimentos PRR – espera-se, em 2023, o impacto favorável da entrada em pleno da implementação dos projetos de investimento associados ao PRR com o respetivo efeito multiplicador no tecido económico.

Análise de sensibilidade

Dado o conjunto de pressupostos em que se baseia o cenário macroeconómico, e com o intuito de verificar a respetiva sensibilidade, analisou-se o impacto de alguns riscos externos e internos nos principais agregados macroeconómicos. Na simulação do impacto dos riscos nos principais agregados macroeconómicos em 2023 foram considerados quatros choques, que se consubstanciam, face ao cenário central, numa variação:

Do crescimento da procura externa em 2 pp;

Do preço do petróleo (em USD) em 20%;

Das taxas de juro de curto prazo em 2 pp e de médio e longo prazos em 1 pp;

Do crescimento da procura interna em 1 pp.

10 DE OUTUBRO DE 2022 _______________________________________________________________________________________________________________

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